Por Jack Kim
SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte disse nesta terça-feira que testou seu mais novo míssil balístico intercontinental (ICBM) na segunda-feira para avaliar a prontidão de guerra de sua força nuclear contra a crescente hostilidade dos Estados Unidos, enquanto Washington e seus aliados começaram a operar um sistema de compartilhamento de dados de mísseis em tempo real.
A mídia estatal norte-coreana informou que o líder Kim Jong Un assistiu ao lançamento do míssil balístico intercontinental Hwasong-18 na segunda-feira em um local a leste da capital, Pyongyang. O míssil atingiu uma altitude de 6.518 km, voando 1.002 km e atingindo com precisão o alvo pretendido, um pedaço de mar vazio, segundo a mídia estatal.
Kim disse que o lançamento envia "um sinal claro para as forças hostis, que têm alimentado histeria de confronto militar imprudente" contra a Coreia do Norte, informou a agência de notícias estatal KCNA.
Kim disse que o exercício "demonstrou a vontade da Coreia do Norte de contra-atacar com mais firmeza e sua força esmagadora".
Ele apresentou "algumas novas tarefas importantes para acelerar o desenvolvimento das forças estratégicas nucleares da Coreia do Norte, disse a KCNA, sem entrar em detalhes.
A Coreia do Sul e o Japão disseram que, com base nos dados de voo de segunda-feira, o Norte havia disparado um ICBM com alcance para atingir qualquer lugar dos Estados Unidos. O lançamento foi condenado pela Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos como uma violação flagrante das resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
No mesmo dia, a China, membro permanente do Conselho de Segurança que já havia aprovado sanções contra Pyongyang, realizou uma reunião de alto nível com a Coreia do Norte em Pequim, discutindo a cooperação e questões de "preocupação comum" em "uma atmosfera amigável", segundo a mídia estatal dos países.
O Conselho de Segurança da ONU deve se reunir nesta terça-feira, a pedido dos Estados Unidos e de outros países, para discutir o lançamento.
Em anúncio conjunto nesta terça, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos afirmaram que ativaram um sistema para detectar e avaliar os lançamentos de mísseis da Coreia do Norte em tempo real e estabeleceram um plano plurianual de exercícios militares trilaterais.