Por Astrid Wendlandt
PARIS (Reuters) - A Christian Dior, uma das maiores e mais famosas grifes do mundo, está tendo dificuldade para encontrar um novo diretor de criação mais de seis meses após a saída abrupta de Raf Simons.
Pessoas a par das discussões dizem que parte da razão de sua cadeira ainda estar desocupada é o controle limitado que a marca de 70 anos oferece em comparação a cargos semelhantes em concorrentes como Yves Saint Laurent, Gucci e Coach.
"Muitas vezes, quando um diretor de criação vai embora, é porque ele não teve controle suficiente", disse um guru de comunicações de moda que trabalhou com grandes casas, como a Givenchy, e que preferiu não ser identificado.
Acredita-se que Simons terá muito mais liberdade de ação na Calvin Klein, parte do grupo PVH Corp (NYSE:PVH), onde deve começar a trabalhar dentro de alguns meses, afirmaram fontes da indústria fashion.
Para piorar suas preocupações, a Dior viu suas vendas estancarem nos últimos meses, um reflexo da queda de turistas na Europa na esteira dos ataques em Paris e Bruxelas e da demanda menor em mercados asiáticos cruciais.
Bernard Arnault, o homem mais rico da França e grande acionista da grife, quer mostras de quantidade para conduzir a marca, afirmam caçadores de talento e executivos de moda, mas os substitutos em potencial não são muitos.
Outro problema é que a maioria dos estilistas são impedidos por contrato de trabalhar para um rival por até um ano.
Um dos candidatos que foi seriamente cotado é Alber Elbaz, a quem se credita ter ressuscitado a marca Lanvin mas que foi demitido em outubro por ter tentando atrair investidores externos.
Mas Elbaz ficou desanimado com a abrangência limitada do posto na Dior, já que na Lanvin ficou a cargo de tudo, das coleções à propaganda, disseram fontes próximas do designer.
Também se cogitou Hedi Slimane, que foi diretor de criação da Yves Saint Laurent até o mês passado. Como ele tem fama de tentar aumentar gradualmente seu controle sobre cada faceta de uma marca, como fez na YSL, a Dior tampouco conseguiu chegar a um acordo com Slimane, disseram fontes do meio.
Várias pessoas recomendaram Maria Grazia Chiuri, que atualmente desenha ao lado de Pierpaolo Piccioli na Valentino, uma das grifes de luxo que crescem mais rapidamente. Sua escolha faria dela a primeira mulher a cuidar da moda feminina da Dior, mas complicaria os planos da Valentino de lançar ações na bolsa em 2017.
Valentino e Dior se recusaram a comentar.
(Reportagem adicional de Giulia Segreti em Milão e Joyce Lee em Seul) OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20160506T135424+0000