TAIPÉ (Reuters) - As eleições de 2024 em Taiwan devem ser livres de "interferência externa", disse a principal diplomata de Washington em Taipé nesta segunda-feira, acrescentando que a política dos Estados Unidos em relação à ilha permanecerá a mesma, independentemente de quem vencer.
A presidente Tsai Ing-wen e outras autoridades têm advertido que a China pode tentar influenciar os eleitores a favor de candidatos que buscam laços mais estreitos com Pequim na votação presidencial e parlamentar de 13 de janeiro, que pode definir as relações de Taiwan com seu vizinho.
Os EUA são o mais importante aliado internacional e fornecedor de armas de Taiwan, apesar da falta de laços formais com a ilha reivindicada pela China.
Sandra Oudkirk, diretora do Instituto Norte-Americano em Taiwan e embaixadora de facto dos EUA, disse em um discurso na Universidade Nacional de Taiwan que seu país têm profunda confiança nos processos eleitorais e no sistema democrático de Taiwan.
"Acreditamos que cabe aos eleitores de Taiwan decidir seu próximo líder, sem interferência externa", disse ela.
"E, como eu já disse muitas vezes, os Estados Unidos não estão tomando partido na eleição de Taiwan, não temos um candidato preferido e sabemos muito bem que não temos direito a voto", acrescentou Oudkirk. "Apoiamos a democracia vibrante de Taiwan e esperamos trabalhar com quaisquer líderes que os eleitores de Taiwan elegerem em 2024."
Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista, atualmente vice-presidente, é o favorito para se tornar o próximo líder de Taiwan, de acordo com pesquisas de opinião. A China detesta Lai, acreditando que ele seja um separatista, e tem rejeitado várias de suas ofertas para discussões.
O principal oponente de Lai é Hou Yu-ih, do maior partido de oposição de Taiwan, o Kuomintang, que tradicionalmente favorece laços estreitos com a China, mas nega veementemente ser pró-Pequim e diz que também manterá o estreito relacionamento com os EUA.
Nos últimos quatro anos, a China tem intensificado sua pressão militar contra Taiwan, incluindo a realização de duas rodadas de grandes exercícios de guerra perto da ilha no último ano e meio.
(Por Ben Blanchard)