Por Anne Kauranen
HELSINQUE (Reuters) - O governo da Finlândia anunciou nesta terça-feira que reabrirá duas passagens em sua longa fronteira com a Rússia na quinta-feira, depois de fechar todas as oito estradas entre os dois países no final de novembro para evitar um fluxo de solicitantes de asilo.
"Sem desmantelar as restrições, não podemos verificar se está ocorrendo uma mudança para melhor. Se o fenômeno continuar, fecharemos esses pontos de passagem de fronteira", disse o primeiro-ministro Petteri Orpo em uma coletiva de imprensa.
No mês passado, a Finlândia fechou a fronteira com a Rússia até 13 de dezembro para impedir que um número crescente de refugiados chegasse ao país nórdico, no que o governo e seus aliados disseram ser uma ação orquestrada por Moscou.
Cerca de 900 solicitantes de asilo de países como Quênia, Marrocos, Paquistão, Somália, Síria e Iêmen entraram na Finlândia pela Rússia em novembro, um aumento em relação ao número anterior de menos de um por dia, de acordo com a Guarda de Fronteira finlandesa.
As chegadas pararam quando a Finlândia fechou a fronteira.
Helsinque disse que a Rússia estava canalizando pessoas para a fronteira em retaliação à sua decisão de aumentar a cooperação de defesa com os Estados Unidos, incluindo a decisão da Finlândia de se juntar à Otan, uma acusação que o Kremlin nega.
Em uma carta publicada na segunda-feira, o Conselho da Europa disse que estava "preocupado com os direitos dos refugiados, solicitantes de asilo e imigrantes" após o fechamento temporário da fronteira, e pediu à Finlândia que garantisse a possibilidade de buscar proteção.
O Conselho da Europa, em sua carta, reconheceu "preocupações sobre a potencial instrumentalização" dos imigrantes pela Rússia, mas disse que as obrigações ainda devem ser cumpridas.
(Reportagem de Anne Kauranen em Helsinque e Louise Rasmussen em Copenhague)