Por Andrew Goudsward
WASHINGTON (Reuters) - Uma ex-funcionária da autoridade eleitoral do Estado norte-americano Geórgia disse a um júri, nesta terça-feira, que temeu por sua vida depois que Rudy Giuliani e outros aliados do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump a acusaram falsamente de tentar fraudar as eleições de 2020.
Wandrea “Shaye” Moss, ex-oficial de registro eleitoral no condado de Fulton, disse em testemunho no segundo dia do julgamento de Giuliani por difamação que sua vida “virou de cabeça para baixo” no início de dezembro de 2020, quando aliados de Trump começaram a alegar falsamente que ela e sua mãe, Ruby Freeman, participaram de uma fraude eleitoral após as eleições de novembro.
“Como pode alguém com tanto poder vir a público e falar sobre coisas das quais obviamente não tem ideia?”, disse Moss, de 39 anos, sobre Giuliani. "É óbvio que são mentiras."
Uma juíza federal já determinou que Giuliani, ex-prefeito de Nova York e advogado pessoal de Trump, difamou Moss e Freeman. A única questão que o júri deve decidir é quanto Giuliani terá de pagar em indenizações.
Moss testemunhou que a provação afetou “todos os aspectos” de sua vida, forçando-a a deixar o emprego e deixando-a com medo de sair sozinha. Ela falou sobre ter recebido uma enxurrada de mensagens racistas que incluíam ameaças de linchamento a ela e sua mãe.
“Eu literalmente senti que alguém viria e tentaria me enforcar e não havia nada que alguém pudesse fazer a respeito”, disse Moss.
O advogado de Giuliani disse que há poucas evidências de que as declarações dele foram a causa dos danos sofridos pelas duas trabalhadoras.