Por Phil Stewart
TEL AVIV (Reuters) - Israel fará uma transição gradual para a próxima fase de operações em Gaza, disse o ministro da Defesa do país nesta segunda-feira, após conversas com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, sobre combates de menor intensidade e formas de reduzir danos a civis.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse que a população local provavelmente conseguiria retornar primeiro ao norte de Gaza, área mais populosa do enclave do Mediterrâneo antes da invasão de Israel em retaliação aos ataques do Hamas em 7 de outubro.
Nem Austin nem Gallant deram um cronograma para a transição ao que Austin chamou de operações "mais cirúrgicas".
A maioria dos residentes do norte de Gaza seguiram as instruções de Israel de retirada para o sul, onde os militares dizem às pessoas para seguirem em frente regularmente, em meio a ataques aéreos implacáveis e tiroteios com combatentes do grupo islâmico.
"Em breve seremos capazes de distinguir entre diferentes áreas em Gaza", disse Gallant em coletiva de imprensa em Tel Aviv.
"Em todas as áreas onde cumprirmos a nossa missão, seremos capazes de fazer a transição gradual para a próxima fase e começar a trabalhar para trazer de volta a população local", disse Gallant. "Isso significa que isso pode ser alcançado talvez mais cedo no Norte do que no Sul."
A pressão internacional para um cessar-fogo aumentou sobre Israel devido às mais de 19.000 vítimas civis resultantes de uma campanha de bombardeio massivo e de uma guerra terrestre destinada a destruir o Hamas, que governa Gaza e combate ao estilo de guerrilha a partir de uma rede de túneis urbanos.
Embora os Estados Unidos forneçam armas e apoio diplomático a Israel e tenham resistido aos apelos de cessar-fogo, recentemente endureceram o seu tom em relação ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Na semana passada, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Israel corria o risco de perder o apoio internacional por conta do que chamou de bombardeios "indiscriminados".
Austin, no entanto, ofereceu garantias na segunda-feira, dizendo: "O apoio americano à segurança de Israel é inabalável. Israel não está sozinho".
(Reportagem adicional de Ari Rabinovitch e James Mackenzie)