Por Guy Faulconbridge e Kylie MacLellan
LONDRES (Reuters) - O Partido Trabalhista britânico, de oposição, apoiará um novo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia agora que o Parlamento rejeitou seu plano alternativo para a desfiliação, disse seu líder eurocético Jeremy Corbyn, relativizando suas reservas a respeito de uma segunda consulta popular.
Faltando 29 dias para o Brexit, os líderes dos dois maiores partidos britânicos foram forçados a fazer mudanças de rumo na abordagem da desfiliação nos últimos dias.
Depois de meses dizendo que o Reino Unido precisa sair da UE no prazo de 29 de março, a primeira-ministra, Theresa May, aventou na terça-feira a possibilidade de uma prorrogação curta da data de saída.
Na quarta-feira, Corbyn, que votou contra a filiação em 1975 e apoiou com relutância a campanha de 2016 a favor da permanência, expressou um apoio firme a outro referendo, dizendo que pressionará por ele e por uma eleição nacional.
É a primeira vez desde que os britânicos votaram em 2016 pela saída do bloco que um de seus dois maiores partidos endossa a ideia de dar aos eleitores a chance de mudar de ideia – mas não ficou claro qual seria a pergunta exata.
"Após as votações desta noite no Parlamento, continuaremos a pressionar por um relacionamento econômico próximo baseado no nosso plano alternativo crível ou uma eleição geral", disse Corbyn.
"Também apoiaremos uma votação pública para evitar um Brexit prejudicial dos Tories (conservadores) ou uma falta de acordo desastrosa."
John McDonnell, o número dois do Partido Trabalhista, disse que a sigla proporá uma emenda pedindo um segundo referendo assim que May voltar ao Parlamento com um acordo.
O ministro britânico do Brexit, Steve Barclay, disse não haver consenso no Legislativo para outro referendo ou sequer sobre qual pergunta deveria ser feita.
Como o acordo de May foi rejeitado em 15 de janeiro, a maior derrota parlamentar da história britânica moderna, ela espera submeter um pacto reformulado para votação, o que pode acontecer já na próxima semana, mas também pode não ocorrer até 12 de março.
A premiê prometeu que, se seu acordo for descartado, os parlamentares terão a chance de votar no dia seguinte para decidir se separam o país sem um acordo e no dia 14 de março para decidir se pedem à UE que adie o prazo final.