SARAJEVO (Reuters) - Milhares de pessoas se reuniram no centro da cidade de Sarajevo neste domingo, agitando bandeiras palestinas e bósnias e exigindo o fim da ofensiva israelense em Gaza.
Alguns gritavam: “Genocídio, genocídio”, enquanto uma faixa grande e bastante visível dizia “Ontem Srebrenica, hoje Gaza”, referindo-se ao massacre de 1995 na cidade bósnia, a pior atrocidade cometida em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial, na qual as forças sérvias mataram cerca de 8.000 homens e meninos muçulmanos.
Outros manifestantes seguravam faixas com slogans como “Parem a guerra” e “Palestina Livre”.
A Bósnia ainda se recupera da guerra que durou entre 1992 e 1995 e que deixou o país dividido entre duas entidades - a Republika Srpska, com uma população majoritariamente cristã ortodoxa sérvia, e a Federação Bósnia e Herzegovina, que tem uma população majoritariamente muçulmana.
Na região, protestos pró-palestinos menores ocorreram neste domingo em Belgrado e na capital montenegrina, Podgorica.
Os receios de que a guerra entre Israel e Hamas se transforme num conflito mais amplo no Oriente Médio aumentaram neste domingo, depois que Israel, em contínuas ações de represália por um ataque mortal do Hamas há duas semanas, atacou novamente Gaza em meio a onfrontos ao longo da sua fronteira com o Líbano.
A prefeita de Sarajevo, Benjamina Karic, disse aos manifestantes que a cidade sabia "como é viver sem água e comida e ver crianças sendo mortas", referindo-se ao cerco de 1992-95, durante o qual as forças sérvias mataram cerca de 11 mil pessoas na cidade, incluindo 1.600 crianças.
(Por Amel Emric)