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Mundo entra em sequência de temperaturas recordes, e ONU alerta para “inferno climático”

Publicado 05.06.2024, 15:30
Atualizado 05.06.2024, 15:35
© Reuters. Planta brota no solo rachado do reservatório de La Vinuela durante uma grave seca em La Vinuela, perto de Málaga, no sul da Espanhan08/08/2022nREUTERS/Jon Nazca

Por Kate Abnett e Gabrielle Tétrault-Farber

BRUXELAS/GENEBRA (Reuters) - Cada um dos últimos 12 meses teve o clima mais quente do qual se tem registro em comparações ano a ano, disse o serviço de monitoramento de mudanças climáticas da União Europeia nesta quarta-feira, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, cobrou ações urgentes para evitar um “inferno climático”.

A média da temperatura global para o período de 12 meses até o fim de maio foi de 1,63 grau Celsius, acima da média pré-industrial -- o mais quente que esse período já foi desde o começo dos registros, em 1940, segundo o Serviço de Mudança Climática Copernicus.

A média de 12 meses ainda não significa que o mundo já superou o sarrafo de 1,5 grau Celsius do aquecimento global, que descreve uma média de temperatura ao longo de décadas, além da qual os cientistas alertam para impactos mais extremos e irreversíveis.

Em um relatório separado, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), da ONU, disse que agora existe uma chance de 80% de que pelo menos um dos próximos cinco marcará o primeiro ano calendário com temperatura média que temporariamente excede 1,5 graus Celsius acima da era pré-industrial - em comparação a 66% de chance no ano passado.

Falando sobre as conclusões, Guterres enfatizou o quão rapidamente o mundo está caminhando para a direção errada e se afastando da estabilização do sistema climático.

“Em 2015, a chance de um descumprimento como esse era quase zero”, disse Guterres, em um discurso para marcar o Dia Mundial do Meio-Ambiente.

Com o tempo acabando para mudar de rota, o secretário-geral da ONU pediu um corte de 30% na produção e uso de combustíveis fósseis ao redor do globo até 2030.

“Precisamos de uma saída da estrada para o inferno climático”, disse, acrescentando: “A batalha pelos 1,5 grau será vencida ou perdida nos anos 2020”.

“MUITO FORA DOS TRILHOS”

As emissões de dióxido de carbono da queima de combustíveis fósseis -- a principal causa das mudanças climáticas -- bateram um recorde no ano passado, apesar de acordos globais elaborados para reduzi-las e uma rápida expansão de energia renovável.

Carvão, petróleo e gás ainda fornecem mais de três quartos da energia do mundo, e a demanda global por óleo permanece forte.

Os últimos dados climáticos mostram o mundo “muito fora dos trilhos” para atingir o seu objetivo de limitar o aquecimento a 1,5 grau Celsius -- um objetivo chave do Acordo de Paris de 2015, segundo a vice-secretária geral da OMM, Ko Barrett.

© Reuters. Planta brota no solo rachado do reservatório de La Vinuela durante uma grave seca em La Vinuela, perto de Málaga, no sul da Espanha
08/08/2022
REUTERS/Jon Nazca

“Precisamos fazer mais urgentemente para cortar as emissões de gases do efeito estufa ou pagaremos um preço cada vez maior, na casa dos trilhões de dólares em custos econômicos, milhões de vidas afetadas por clima mais extremo e danos extensos ao meio-ambiente e à biodiversidade”, disse Barrett.

Embora ano passado tenha sido o ano calendário mais quente já registrado, com 1,45 grau Celsius acima das temperaturas pré-industriais, pelo menos um dos próximos cinco anos provavelmente será mais quente que 2023, segundo os dados da OMM.

(Reportagem de Kate Abnett em Bruxelas, Gabrielle Tétrault-Farber em Genebra, e Valerie Volcovici em Washington)

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