ADIS ABEBA/NAIRÓBI (Reuters) - A Etiópia e a Organização das Nações Unidas (ONU) chegaram a um acordo nesta quarta-feira para canalizar uma ajuda humanitária desesperadoramente necessária para uma região do norte etíope onde um mês de guerra já matou, feriu ou expulsou um grande número de pessoas.
O pacto anunciado por autoridades da ONU permitirá que agentes humanitários tenham acesso a áreas controladas pelo governo em Tigré, onde tropas federais estão combatendo a Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF) e capturaram a capital regional.
Acredita-se que a guerra já matou milhares, fez 45 mil refugiados fugirem para o Sudão, deslocou muitos mais dentro de Tigré e agravou o sofrimento em uma região na qual 600 mil pessoas já eram dependentes de auxílio alimentar mesmo antes da conflagração do conflito no dia 4 de novembro.
Agências humanitárias acionaram o alarme sobre uma crise humanitária crescente e vêm pressionando para ter acesso à área desde que centenas de agentes estrangeiros foram forçados a se retirar.
Teme-se que a comida esteja acabando para os 96 mil refugiados da Eritreia em Tigré, e no final de semana o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) disse que médicos na capital local Mekelle estão com falta de analgésicos, luvas e sacos para corpos.
"A ONU e o governo federal da Etiópia assinaram um acordo para que agentes humanitários tenham acesso desimpedido, contínuo e seguro para pessoal humanitário e serviços em áreas sob controle do governo federal na região de Tigré", disse o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) em um comunicado à Reuters.