CARACAS (Reuters) - O procurador-geral da Venezuela anunciou nesta sexta-feira mandados de prisão para membros do conselho "ad hoc" de diretores do Banco Central apontados pelo líder de oposição Juan Guaidó, por diversos crimes, entre eles traição.
O anúncio vindo do procurador-geral Tarek Saab acontece um dia após um tribunal em Londres reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela em uma disputa legal sobre se Guaidó ou o presidente Nicolás Maduro tem o controle de 1 bilhão de dólares em ouro do país estocado em Londres.
Saab diz que as ordens de detenção foram requisitadas pelos crimes de traição, usurpação de funções e associação para cometer crimes. Ele acrescenta que todos os envolvidos moram fora do país e não descartou ações internacionais para conduzir as prisões.
Além de Ricardo Villasmil, presidente do conselho "ad hoc", o procurador também incluiu a representante de Guaidó em Londres, Vanessa Neumann, assim como três outros colaboradores do líder de oposição.
Saab acusa Guaidó e seus colaboradores de buscarem "despir" a Venezuela de sua riqueza na batalha legal pelas reservas de ouro do país. A oposição, enquanto isso, diz que Maduro quer o ouro para pagar seus aliados.
Ao longo dos últimos dois anos, o governo de Maduro removeu cerca de 30 toneladas de ouro de suas reservas na Venezuela para vender no exterior para suprir uma necessidade por moedas fortes.
Um membro da equipe jurídica de Guaidó diz que eles agora esperam que o tribunal determine se Guaidó possui autoridade para representar o banco central venezuelano em outros casos legais para decidir sobre o controle do ouro.
(Reportagem de Vivian Sequera)