Por Kate Kelland e Paul Sandle
LONDRES (Reuters) - O Reino Unido se tornou nesta quarta-feira o primeiro país do mundo a permitir testes de desafio humano nos quais voluntários serão expostos deliberadamente à Covid-19 para impulsionar a pesquisa sobre a doença causada pelo novo coronavírus.
O teste, que deve começar dentro de um mês, irá expor até 90 voluntários saudáveis de 18 a 30 anos à menor quantidade de vírus necessária para causar uma infecção, disseram cientistas responsáveis pelos planos a repórteres em uma entrevista coletiva.
Os voluntários serão examinados em busca de possíveis riscos de saúde antes de serem aceitos, e mantidos em quarentena para um monitoramento minuciosos das equipes médicas durante ao menos 14 dias em uma unidade especializada do Hospital Royal Free, de Londres.
"A prioridade absoluta, é claro, é a segurança dos voluntários", disse Peter Openshaw, professor de medicina experimental do Imperial College de Londres que está coliderando o projeto com a força-tarefa de vacinas do governo britânico e com a empresa clínica hVIVO. "Nenhum de nós quer fazer isto se houver qualquer risco palpável".
Cientistas usam testes de desafio humano há décadas para aprender mais sobre doenças como malária, gripe, febre tifoide e cólera e desenvolver tratamentos e vacinas contra elas.
Os participantes do teste de desafio britânico sobre Covid-19 só poderão ir para casa após os 14 dias iniciais se "exames amplos" mostrarem que não estão infecciosos, disse Chris Chiu, investigadora-chefe do teste no Imperial College.