WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a China pode ter invadido os emails de democratas para influenciar as eleições presidenciais norte-americanas de 2016, contrariando a visão de autoridades de inteligência do país que atribuíram a Moscou esse papel.
Em transcrição de entrevista publicada neste domingo, Trump não fornece qualquer evidência que corrobore suas alegações, feitas inicialmente às vésperas da eleição de 8 de novembro, de que a China teria invadido os emails de seus rivais.
"Se você não pega o invasor no ato, é muito difícil dizer quem foi o autor da invasão", afirmou em entrevista ao programa "Face the Nation", da emissora CBS. "Poderia ter sido a China, poderiam ser muitos grupos diferentes."
Os hackers abalaram a campanha presidencial ao tornar público emails constrangedores enviados por assessores da candidata democrata, Hillary Clinton.
Trump vem desconsiderando declarações de autoridades de inteligência de que Moscou teria invadido os emails para ajudar o magnata a vencer as eleições. No debate presidencial com Hillary, ele disse que a China era um dos muitos atores que poderia estar por trás da invasão.
Nas últimas semanas, contudo, o presidente norte-americano minimizou as críticas às políticas comerciais chinesas, enquanto Washington busca o apoio de Pequim para dissipar tensões militares com a Coreia do Norte.
Antes de eleito, Trump havia prometido melhorar as relações com Moscou. A Rússia negou qualquer envolvimento no caso. Parlamentares atualmente investigam se a equipe de campanha de Trump teria ligações com a Rússia.
(Por Jason Lange)