ESTOCOLMO (Reuters) - A iraniana Narges Mohammadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz que está presa, continuará sua luta pelos direitos humanos mesmo que isso a leve à morte, disse ela em uma carta contrabandeada da prisão e publicada nesta segunda-feira pela emissora pública sueca SVT.
Mohammadi está cumprindo várias sentenças na prisão de Evin, em Teerã, sob acusações que incluem a divulgação de propaganda contra a República Islâmica.
"Prisão, tortura psicológica, confinamento solitário constante, sentença após sentença; isso não me deteve e não vai me deter", escreveu ela, segundo a SVT.
"Vou defender a liberdade e a igualdade, mesmo que isso custe minha vida."
A SVT disse que a carta foi escrita em resposta a perguntas que haviam sido contrabandeadas para a prisão por meio de intermediários, mas não revelou detalhes de como a troca havia ocorrido.
Mohammadi iniciou uma greve de fome em novembro para protestar contra o que ela disse ser o fato de a prisão não lhe dar acesso a cuidados médicos.
Nos breves comentários publicados pela SVT, que não deu informações sobre sua saúde, Mohammadi disse que o que mais sentia falta era de seus filhos, Kiana e Ali.
"Especialmente nos dias de hoje, quando todos os novos prisioneiros falam sobre as entrevistas que os dois fizeram.... Faz mais de oito anos que não os vejo", escreveu ela.
Kiana disse à SVT que a família não teve nenhum contato direto com Mohammadi por um ano e nove meses.
"Antes disso, falávamos ocasionalmente por telefone, mas isso acabou", disse a jovem de 17 anos.
As festividades do Nobel deste ano ocorrerão em 10 de dezembro em Oslo e Estocolmo. Mohammadi será representada por seus filhos, Ali e Kiana Rahman, de acordo com a Fundação Nobel.
(Por Simon Johnson)