Os contratos futuros do café arábica registraram leve alta no acumulado da semana, sendo impulsionados pelo clima frio no Brasil, que liga o alerta para a possibilidade de geadas, e pelo enfraquecimento do dólar frente ao real.
Ontem, ao término dos negócios, a moeda norte-americana foi cotada a R$ 3,1493, com perda de 1,12% na comparação com o desempenho da semana anterior. A depreciação da divisa se deu, entre outros fatores, pela continuidade de ingressos de recursos estrangeiros para Ofertas Públicas Iniciais (IPOs) de ações na B3 (antiga BM&FBovespa (SA:BVMF3)).
No exterior, onde o dólar também registra declínio, a pressão vem do revés sofrido pelo governo Donald Trump no Senado, com o Partido Republicano abrindo mão de tentar aprovar um projeto de lei de saúde em substituição ao chamado "Obamacare", gerando especulações de que a Casa Branca enfrentará dificuldades para implantar seu plano de impulsão à economia.
De acordo com a Somar Meteorologia, a massa de ar frio perde força no Brasil, possibilitando que as temperaturas se elevem um pouco, reduzindo, temporariamente, o risco de geadas nos cafezais. Devido ao afastamento da frente fria para o oceano, as áreas de chuva na Região Sudeste ficarão restritas ao litoral do Espírito Santo.
No mercado doméstico, os agentes seguem monitorando as condições climáticas no País e afastados das praças de comercialização. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o indicador do café arábica retomou os níveis de um mês e meio (12/06) ao romper o patamar de R$ 455 por saca e fechar, ontem, a R$ 455,07.
O indicador do café robusta, por sua vez, ficou em R$ 411,83/saca na quinta-feira, com alta de 0,4% na semana. Porém, também como reflexo das preocupações com o clima frio no Brasil, os agentes se mantêm fora do mercado.