Bitcoin fora de um portfólio é um erro, segundo um dos maiores especialistas

Publicado 13.08.2025, 10:30

Frederic Mark “Ric” Edelman é um dos consultores financeiros mais reconhecidos nos Estados Unidos, três vezes eleito o “#1 Independent Financial Advisor” pela Barron’s. Fundou, em 1986, a Edelman Financial Services – hoje Edelman Financial Engines, com mais de US$ 200 bi sob gestão – e criou a DACFP para capacitar profissionais em blockchain e ativos digitais. 

Autor best-seller, Edelman vem defendendo desde 2021 que a ausência de cripto em portfólios institucionais viola o princípio fiduciário de buscar o melhor interesse do cliente. 

Segundo ele, o tradicional portfólio 60 % ações e 40 % títulos governamentais (portfólio muito tradicional nos Estados Unidos) não atende mais a dois desafios: longevidade  e crescimento exponencial de novas tecnologias. 

Ric Edelman propõe substituir parte dos títulos por criptoativos, alegando que ignorar essa classe hoje é especular contra ela. 

3 perfis de investidor 

Para o investidor conservador, Ric Edelman mantém 60 % do portfólio em ações, 30 % em títulos e apenas 10 % em cripto. A lógica é preservar a característica defensiva dos títulos, mas adicionar uma fatia mínima de Bitcoin que ofereça potencial de alta sem comprometer a segurança global; o objetivo é crescimento moderado com risco de queda limitado.

No perfil moderado, a alocação passa para 50 % em ações, 25 % em títulos e 25 % em cripto. Essa distribuição preserva a diversificação clássica entre renda variável e fixa, mas eleva substancialmente a parcela em ativos digitais para capturar parte significativa do seu upside histórico, mantendo ainda um colchão de proteção em títulos.

Já o investidor agressivo reduz títulos ao mínimo: 40 % em ações, 20 % em renda fixa e robustos 40 % em cripto. Aqui, a intenção é maximizar a exposição a ativos de crescimento — tanto ações quanto Bitcoin — aceitando maior volatilidade em troca de um potencial de retorno exponencial no longo prazo.

A ideia central é que, mesmo para clientes avessos a volatilidade, 10 % em cripto amplia retorno potencial sem comprometer a segurança global da carteira. Para quem tolera oscilações, 25 % de alocação converge com a fronteira eficiente da teoria moderna de portfólio, maximizando a relação risco-retorno.

Se o Bitcoin vir a zero, a perda absoluta cresce com a participação em cripto, mas cai bem menos que proporcionalmente. Entretanto, se o Bitcoin atinge US$ 1 milhão, o portfólio com 25 % em cripto mais que dobra o retorno do 0 % cripto, mantendo diversificação razoável.

Métricas de risco-retorno

Ao rebalancear periodicamente, as carteiras com Bitcoin exibem:

  • Sharpe Ratio superior – retorno ajustado ao risco mais alto.

  • Menor desvio-padrão – volatilidade total reduzida, contra-intuitivo, mas historicamente verificado em portfólios bem diversificados.

  • Drawdown máximo mais baixo – quedas menos severas em crises.

  • Sortino Ratio maior – desempenho ajustado apenas para oscilações negativas.

Esses benefícios derivam da correlação historicamente baixa entre Bitcoin e os demais ativos tradicionais.

Sugestões de Ric Edelman

  1. Alocação mínima recomendada: 10 % em cripto já altera a distribuição de retorno sem comprometer a robustez.

  2. Ponto de equilíbrio risco-retorno: 25 % atende à fronteira eficiente e oferece convexidade atraente.

  3. Investidores agressivos: até 40 % podem elevar o upside, mas exigem controle emocional rigoroso e rebalanceamento disciplinado.

  4. Veículos preferidos: ETFs spot, fundos regulados e empresas listadas com caixa em Bitcoin oferecem acesso sem complexidade operacional.

Conclusão

O modelo de Edelman reforça a tese de que a diversificação moderna inclui ativos digitais. As simulações mostram assimetria favorável: perda limitada no pior cenário e retorno exponencial no bull case. Para gestores institucionais, a discussão agora é sobre a forma de incluir criptoativos, e não se deve haver inclusão.

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