O mercado internacional do café arábica teve uma semana negativa, à medida que as cotações foram orientadas pelo monitoramento do clima no Brasil, onde há possibilidade de retorno das chuvas em setembro, e pelo comportamento do dólar e dos fundos de investimento.
Segundo a Somar Meteorologia, não há previsão de mudanças no clima nas regiões produtoras brasileiras, que atravessam período de tempo seco e quente. O serviço meteorológico alerta que a seca, com temperatura acima da média para a época do ano, deve permanecer na maior parte das áreas produtoras pelo menos nos próximos nove dias. A previsão é que somente o Estado do Espírito Santo, a Zona da Mata de Minas Gerais e o sul da Bahia recebam fracas precipitações em função da umidade que vem do mar.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) destacou, nesta semana, que a baixa umidade e o calor, que já prejudicam as condições das plantas, também têm causado a desfolha de cafezais em algumas áreas, assim como favorecido o surgimento de algumas pragas na região do Cerrado Mineiro, como ácaros e o bicho mineiro.
Os pesquisadores da instituição informam que a maior preocupação está voltada para as lavouras que já apresentaram a primeira florada, principalmente nas regiões cafeeiras de São Paulo e no Sul de Minas, em especial nas que não são irrigadas.
Conforme o Cepea, essa apreensão se dá porque uma estiagem prolongada pode abortar as flores, impactando a produção e comprometendo o potencial produtivo futuro dos pés de café. Por outro lado, as chuvas no final de agosto amenizaram o problema no noroeste do Paraná.
O dólar comercial apresentou avanço de 0,9% nesta semana frente ao real, encerrando os negócios de ontem a R$ 3,1444. A divisa foi puxada pelo noticiário internacional e pelo desconforto de alguns investidores com a chegada da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer à Câmara, fato que retardará o andamento da reforma da Previdência.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento dezembro do Contrato C declinou 640 pontos, ficando cotado a US$ 1,3855 por libra-peso na quinta-feira. Já na ICE Futures Europe, o contrato novembro do café robusta encerrou a sessão de ontem a US$ 2.012 por tonelada, com avanço de US$ 20 na semana.
No mercado físico brasileiro, as cotações acompanharam o ritmo internacional e os negócios permaneceram desaquecidos. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 460,06/saca e a R$ 406,97/saca, com variações de -1,9% e de +1,2%, respectivamente, na comparação com o desempenho da semana antecedente.