Os contratos futuros do café arábica iniciaram o mês de março com perdas na Bolsa de Nova York, pressionados pela força do dólar e em meio ao fato de os fundamentos continuarem inalterados, com perspectiva de boa colheita no Brasil, mas abaixo da safra recorde do ano passado em função da bienalidade da cultura. Há expectativa que os fundos de investimento, com saldo líquido comprado, também tenham pressionado as cotações nas sessões mais recentes ao liquidarem posições.
Na quinta-feira, o índice do dólar subiu frente a perspectivas de que o Federal Reserve (FED) aumente a taxa de juros nos Estados Unidos ainda este mês. No Brasil, a moeda norte-americana seguiu o comportamento externo e encerrou a sessão de ontem a R$ 3,1513, com valorização de 1,22% na comparação com o fechamento da sexta-feira passada. Além da atenção com os juros nos EUA, analistas também destacam a expectativa com os desdobramentos das delações dos 77 executivos da Odebrecht.
Em relação às condições climáticas no cinturão cafeeiro do Brasil, a Somar Meteorologia informou que as chuvas devem retornar com maior intensidade ao sul de Minas Gerais e também ocorrerão precipitações mais localizadas entre São Paulo e Minas, o que poderá “recompor as condições de umidade do solo nessas áreas". Para Espírito Santo e Paraná, a previsão é de pouca chuva, fato que deverá agravar as condições de deficiência hídrica no Estado capixaba.
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), revelou, ontem, que as exportações brasileiras de café em grão totalizaram 2,308 milhões de sacas de 60 kg em fevereiro, volume que implicou queda de 13,5% em relação ao mesmo mês de 2016, quando foram embarcadas 2,669 milhões de sacas.
Na ICE Futures US, o vencimento maio do contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4435 por libra-peso, apresentando perdas de 190 pontos ante a semana anterior. Já na ICE Futures Europe, o vencimento maio do contrato futuro do robusta subiu US$ 89 no agregado semanal, encerrando o pregão de ontem a US$ 2.215.
O mercado físico brasileiro continuou fraco de negócios nesta semana devido à queda dos preços em Nova York e ao feriado de Carnaval. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os indicadores para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 492,11/saca e a R$ 433,12/saca, respectivamente, com variações negativas de 2,5% e 0,22% na comparação com o fechamento da semana passada.