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Óleo de Soja Dispara 66% no Ano com Maior Demanda de Biocombustíveis

Publicado 09.06.2021, 10:53
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Publicado originalmente em inglês em 09/06/2021

A soja destinada aos tanques de combustível está tendo um desempenho três vezes melhor do que a usada para fins orgânicos.

Os preços do óleo de soja, um dos principais insumos de biocombustíveis, registram alta de 66% no ano. A soja é matéria-prima utilizada mais para a fabricação de óleo e ração animal do que propriamente para alimentação humana e já subiu 20% desde o início de janeiro.

O contrato futuro mais ativo do óleo de soja negociado na CBOT atingiu 73,74 centavos por libra na segunda-feira.

A demanda global aquecida por óleo vegetais, aliada à expectativa de restrição de oferta de óleo de soja nos próximos anos, tem mantido o mercado futuro em níveis históricos.

Soja para julho

Gráfico: cortesia de The Hueber Report

Gestores financeiros praticamente não ajustaram suas visões sobre a soja na CBOT desde o início do mês. Até 1 de junho, suas posições líquidas compradas na soja eram de 138.788 contratos futuros e de opções, uma queda de menos de 1.000 na semana. Além disso, aumentaram sua posição líquida comprada no óleo de soja em um pouco menos de 1.000 contratos, para 86.084.

O USDA, departamento de agricultura dos EUA, prevê menos oferta, menos exportações, maior esmagamento e maiores estoques finais em sua perspectiva para a soja em 2021-22. Seu último {ecl-1764||relatório}} com estimativas de demanda e oferta mundiais de produtos agrícolas, publicado em 12 de maio, previa o uso maior do óleo de soja para produção de biocombustíveis.

O esmagamento da soja nos EUA para 2021-22 deve ser de 2,2 bilhões de bushels, uma alta de 35 milhões em relação à previsão de 2020-21, refletindo margens de esmagamento favoráveis. O USDA também prevê que o óleo de soja mantenha uma parcela maior do valor do esmagamento, em vista do estímulo dos preços pelo maior uso do óleo de soja como insumo na crescente indústria de diesel renovável.

O relatório de maio marcou uma mudança na previsão do USDA para biocombustíveis, já que substituiu “biodiesel” por “biocombustível” e agora inclui a projeção de uso da soja tanto para biodiesel quanto para diesel renovável, nos termos da atualização mensal de insumos e capacidade de biocombustíveis da EIA, agência de informações energéticas dos EUA, que entrou no lugar do relatório de produção mensal de biocombustíveis.

O USDA prevê atualmente que 12 bilhões de libras de óleo de soja serão destinados à produção de biocombustíveis em 2021-22, uma alta em relação aos 9,5 bilhões de 2020-21 e 8,658 bilhões de 2019-20.

Isso torna o relatório de junho, previsto para quinta-feira, extremamente importante para os investidores de óleo de soja, que esperam que o USDA aumente o otimismo do mercado com estimativas ainda mais favoráveis de esmagamento e consumo.

Nova máxima recorde de 76 centavos para o óleo de soja?

Então, até onde pode subir o contrato futuro mais ativo de óleo de soja na CBOT? A perspectiva técnica diária do Investing.com sugere novos picos entre 74 e 76 centavos para o óleo de soja com entrega em julho na CBOT, dependendo de qual das duas principais variantes, Fibonacci ou Clássica, os participantes do mercado prefiram.

No modelo de Fibonacci, a próxima máxima histórica do óleo de soja seria a 74,39 centavos. No modelo clássico, o pico seria a 76 centavos.

Não obstante o forte posicionamento técnico e os fundamentos extremamente altistas do óleo de soja, alguns especialistas questionam a sustentabilidade do rali, levantando dúvidas sobre a sustentação do atual momento do mercado.

Um deles é Dan Hueber, analista veterano em grãos e autor do Hueber Report. Como ocorre em muitos mercados de commodities, Hueber acredita que seria prematuro descartar mais altas por enquanto. Como afirma sua publicação de terça-feira:

“Mas a questão para mim é: será que este mercado pode se sustentar em novas máximas?”

Diante do seu rali de 66% no ano, o desempenho do óleo de soja é o segundo melhor em 2021, atrás apenas do contrato futuro de suínos magros.

Hueber observou que a pernada de segunda-feira até a máxima recorde de 73,74 centavos não se segurou tão bem, com o contrato de julho recuando 2,4% no fechamento. Ao se referir ao relatório do USDA de quinta-feira e à posição de fundos em óleo de soja na atualização semanal prevista para sexta-feira, Hueber declarou:

“A conclusão do 5º ciclo de 90 dias de calendário desde o fundo em março do ano passado se dará no dia 11, e se continuarmos subindo até essa data, podemos ter uma configuração de pico”.

“Teremos uma resposta para isso nos próximos dias”.

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para oferecer aos leitores uma variedade de análises sobre os mercados. A bem da neutralidade, ele apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

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