Mais uma vez se repetiu a tentativa inócua de alavancar apreciação forte do dólar frente ao real, com fundamentos imaginários e que acabam por se fragilizar pela absoluta improcedência e, portanto, absoluta falta de credibilidade e evidências concretas.
Não é a primeira vez que esta ação por parte de investidores estrangeiros ocorre a partir de articulações no mercado de dólar futuro.
Oportunistíssimo valendo-se de um conturbado ambiente construído de forma insensata na sua dimensão e ruídos, inegavelmente desapontadores, sem, contudo ter efetiva potencialidade de afetar e justificar cenários prospectivos caóticos em torno das perspectivas sobre o andamento da Reforma da Previdência, fundamental, quase vital, para a dinamização e incremento das atividades de fundo do novo governo, visto que, de fato, não há sintonia sinérgica entre estes “ecos”.
Como já salientamos, “separando o joio do trigo”, não há fundamentos para desacreditar-se da aprovação da Reforma da Previdência, havendo dúvidas quanto a sua eventual desidratação em face da oposição esperada de grupos corporativistas e ideológicos, e até pela ausência de clareza sobre os posicionamentos efetivos dos partidos políticos dentro do Congresso Nacional.
E, também, natural desconforto em relação a demora que se vislumbra ocorrerá para que haja definição final sobre a matéria.
A “lição de casa” está sendo feita pelo novo governo que segue dentro das expectativas e, na realidade, depende mais acentuadamente da postura dos membros do Congresso Nacional e suas comissões, e quando isto ressalta, acaba por neutralizar os debates imprudentes do novo governo dando “asas” aos folclóricos atos de oposição via redes sociais que visam desestabilizá-lo a despeito dos tão somente 60 dias.
Afinal, é imperioso que se foque na parte séria que visa reorganizar o país e fomentar a retomada da atividade econômica, deixando-se de lada o folclore debate sobre amenidades impertinentes que são alardeadas nas redes sociais.
Da miscelânea que resulta da mixagem do lado sério das atitudes do governo, que deve ser observado com acuidade, e da “convivência folclórica entre o mesmo governo e seus opositores”, que precisa ter suas repercussões mitigadas pela contumaz irrelevância, criam-se ilações e até quase conclusões que procuram desgastar o otimismo presente, agora já em bases mais sensatas e coerentes.
Este clima fomentado e tornado evento negativo com proporções muito maiores do que as reais acabam por criar ambiente de desconforto e que acaba por fustigar a análise séria dos fatos que realmente tem importância e então promovem e motivam movimentos especulativos, e o preço da moeda americana é o termômetro principal.
E, por índole, a tendência é a crença no pior e não no melhor e então, ocorrem de forma pontual, movimentos atípicos que não se sustentam, porque acabam por se revelar frágeis.
Aproveita-se então um cenário global que convive com incertezas e embates pontuais e relevantes, nem sempre tão sinérgicos com o Brasil quanto se propaga, e com isto pretensiosamente se deflagra movimentos puramente especulativos, carentes de fundamentos, como se o país estivesse à mercê dos mesmos.
Como temos dito, o Brasil deve estar focado nos seus problemas e no lado sério das iniciativas do governo, afastando do cotidiano o debate nefasto, ideológico e contraproducente com uma oposição sistêmica que, de fato, ainda não tem efetivas razões para fustigar o novo governo, mas que se faz impertinente e ganha eco e assume uma importância muito além da sua efetividade.
Passado o “surto” que fomentou a especulação, certamente fragiliza-se o movimento especulativo sobre o preço da moeda americana a partir do mercado futuro de dólar, não sem alguma resistência para conter prejuízos naturais, mas que inevitavelmente se torna insustentável.
Gradativamente, o preço do dólar deve retornar a faixa entre R$ 3,70 a R$ 3,75, mantendo-se neste nível até o mês de maio.
Apostar contra o real com o dólar no Brasil é ignorar que o país não tem fragilidade neste quesito, estando bem defendido.