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Fatura de 2013 é fechada. Ninguém assume as causas!

Os números da economia brasileira em 2013 não sugerem nenhuma comemoração, mas sim emanam grandes preocupações para 2014, que na sequência poderá ser pior.

Até a inflação que já se esperava fora da meta, mas um pouco menos avançada na faixa de variação tolerada acima da meta veio além do previsto.

E, não ocorre “mea culpa”, procura-se justificar as conseqüências com causas que não ocorrem ao bel prazer, mas que são geridas e que não cumpriram as metas objetivadas e por isso não foram entregues os resultados.

A inflação pelo IPCA apurada pelo IBGE de 5,91% quando o governo almejava abaixo de 5,84% e o Boletim FOCUS projetava 5,74% não é algo tão relevante, já que se sabe que a inflação no Brasil está bem acima deste patamar, bastando observar a inflação dos preços livres e verificar-se o quando foram contidos os preços administrados. A inflação no Brasil seguramente está mais próxima de 10% do que do o apurado pelo IPCA oficial, basta consumir qualquer coisa para perceber.

O que chama a atenção é o esforço de se atribuir a este ou aquele fator o ocorrido e ninguém sentir-se realmente responsável pelo insucesso.

A culpa foi do dólar!

É um argumento apresentado pelo fato de ter se elevado quase 14% no ano, que, contudo, teve o preço fortemente administrado pelo BC através um impetuoso programa de intervenção mixando oferta bilionária em dólares de contratos de “swaps cambiais” para conter a desconfiança na moeda nacional oferecendo “hedge” e, além disto, ação também contundente de irrigar a liquidez no mercado à vista de câmbio, através a concessão de linhas de financiamento em moeda estrangeira para lastrear a formação de “posições vendidas”, base para a geração da liquidez do sistema bancário para o mercado à vista, tendo em vista a insuficiência de fluxos positivos de recursos externos para o país.

O preço do dólar foi tão somente conseqüência da perda da atratividade do país decorrente da deterioração da política macroeconômica, com destaque amplamente negativo para a política fiscal, que até o momento ainda revela os remendos que foram feitos daqui e dali.

Não houvesse o BC mitigado a forte tendência de alta do preço da moeda americana, poderia ter sido muito pior.

Então, foram os combustíveis!

Procuram atribuir também aos combustíveis, que, a rigor, tiveram os preços excessivamente comprimidos, exatamente para não comprometer a inflação. Se o preço dos combustíveis fosse efetivamente alinhado com a realidade, certamente a inflação teria ido muito mais além.

Foi o FED!

O Financial Times, considerado jornal britânico, em matéria do dia 8 passado, identificou que o BC em seus relatórios sugere que o verdadeiro culpado é o FED, pois a partir de 21 de maio de 2013, quando a autoridade monetária anunciou que poderia dar inicio à redução do seu programa de incentivo monetária à retomada da atividade econômica, tudo mudou para o Brasil em termos de fluxos de recursos externos.

Não há razoabilidade para esta tese, pois o FED já havia sido culpado quando criou o programa pelo fato de provocar “tsunamis” de recursos para o país, pressuposição que levou o governo a criar relevantes barreiras ao ingresso de divisas.

Agora que resolve reverter, ainda que gradualmente o programa, passa a ser culpado por conter os fluxos de recursos para o país?

Afinal, quem baixou as normas restringindo o ingresso de divisas e só as reverteu tardiamente quando era notória a perda de atratividade do país ao capital estrangeiro?

E também, o que provocou a perda tão marcante de atratividade do país perante os investidores estrangeiros?

O Brasil teve um péssimo resultado no seu setor externo e as causas não foram rigorosamente externas, tendo maior peso às causas internas que afastaram o interesse dos investidores, afora o pífio resultado de balança comercial. O resultado foi tão somente a consequência das causas que o próprio país deu para não receber fluxos melhores.

E porque crescemos pouco e temos inflação alta?

O programa de crescimento da economia sem investimentos e valendo-se tão somente da demanda reprimida da população saciada com fácil acesso ao consumo com crédito farto, que foi possível num dado momento, perdeu consistência faz tempo, porém foi persistido. Estimular demanda já fragilizada pelo endividamento numa economia que não investiu para aumentar a produção provoca, como resultado, inflação. Certamente porque o governo não conseguiu aumentar a sua capacidade de investimentos e nem motivar o setor privado a fazê-lo. Quais são as razões e o que precisa ser feito?

Afinal quem gastou de mais e poupou de menos?

O Brasil tem problemas macroeconômicos concretos e muito diversificados que não sugerem a recuperação no médio prazo. Há muito que ser feito e parece que estamos muito distantes de retomar a rota do crescimento sustentável.

O gasto excessivo por parte do governo e com qualidade discutível é o ponto maior fomentador das pressões inflacionárias, sobrepondo-se a todos demais fatores.

O quadro atual não revela que o Brasil tenha ficado um país mais rico, mas tão somente um país mais caro, excessivamente caro.

Por isso, precisa ter foco severo sob a sua falta de tração para o crescimento, caso contrário continuará patinando e cada vez crescendo menos.

Afinal, qual a origem dos fatores que colocam o país em risco de perda de rating?

O dado do emprego nos Estados Unidos que causou impactos na sexta-feira no mercado precisa ser considerado dentro do contexto dos fatores reais e efetivos que contribuíram para o fato desapontador. O país, que vem em ritmo de recuperação da atividade de sua economia, gerou menos vagas de emprego em dezembro, algo como 74 mil vagas ante projeção de 191 mil, porém há fatores climáticos relevantes afetando a normalidade no país, o que ficou evidente com a queda do desemprego de 7% para 6,7% indicando que menos pessoas buscaram trabalho no mês.

Então foi um dado extremamente pontual e que pode ser sucedido por um novo dado em janeiro, que ainda registra problemas climáticos, ou fevereiro extremamente surpreendente e positivo.

O movimento ocorrido no preço da moeda americana no nosso mercado e no mercado externo na sexta feira foi puramente oportunista, devendo ser superado no dia de hoje.

A tendência do preço da moeda americana no Brasil é totalmente de apreciação alavancados por fatores internos que fomentam a baixa atratividade do país a capitais externos
.

O Brasil precisa resgatar o Brasil, para que o mercado internacional volte a sentir atratividade pelo país.

O Brasil precisa de um choque de credibilidade envolvendo rigor fiscal e reformas trabalhista e tributária, mostrando que é capaz de fazer a coisa certa, mas isto é sabidamente difícil num ano eleitoral.

O BOLETIM FOCUS na sua edição deste final de semana apresenta projeções bastante tímidas, deixando transparecer certo desencontro com o que manifestam representantes das áreas econômicas dos bancos e os indicadores apontados. Provavelmente, não desejam ser os propagadores, dada a influência de suas projeções, do sentimento negativo presente.

Projeta o IPCA para os próximos 12 meses em 5,99% e para 2014 em 6,00%. O dólar em R$ 2,45 e a SELIC em 10,50%. O PIB revisto de 1,95% para 1,99%. A produção industrial em 2,20%. Déficit em transações correntes de US$ 71,60 Bi e IED´s em US$ 60,00 Bi, com saldo de balança comercial de 8,25%.

A rigor, quase todos os indicadores parecem fora do ponto.

A inflação abriu o ano bastante aquecida nos preços livres e trouxe para este ano a “herança” do ano passado da necessidade de reajuste dos preços administrados.

Esta percepção está levando a projeção de elevação da taxa SELIC na reunião que se encerra na próxima quarta feira para 0,50% o que a colocaria, já no inicio do ano, nos 10,50% projetados para o final do ano, com perspectiva de que seja outra vez reajustada em 0,50% na reunião seguinte, elevando-a a 11,00%.

O dólar projetado a R$ 2,45 é extremamente modesto, tudo indica que atingirá preço bem acima deste patamar, exercendo forte pressão inflacionária, sendo um dos fatores de maior elevação da taxa SELIC.

O PIB em torno de 2,0% por enquanto parece razoável, mas a indústria com 2,20% parece um pouco acima do ponto.

O déficit em transações correntes projetado em US$ 71,6 Bi é extremamente baixo até ante a projeção do próprio BC. O desvio para baixo no nosso entender está acima de 10%.

E os IED´s, mixando IED´s e empréstimos intercompany, da ordem de US$ 60,0 Bi nos parece inatingível este ano, salvo se o governo tomar iniciativas concretas para implementar ações necessárias, mas não esperadas para efetivação em ano eleitoral.

Por isso, continuamos entendo que o câmbio e o setor externo serão o grande destaque negativo do ano, obrigando o governo a um aperto monetário maior.

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