Agricultores apostam mais no algodão na Bahia

Publicado 25.11.2024, 12:47
© Reuters. Fardos de algodão em Luis Eduardo Magalhãesn20/11/2024nREUTERS/Amanda Perobelli
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Por Marcelo Teixeira

LUIS EDUARDO MAGALHAES, BRASIL (Reuters) - Os agricultores da mais nova região de expansão agrícola do Brasil estão plantando mais algodão e menos milho na nova safra, depois de uma temporada anterior bem-sucedida em que o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior exportador mundial da fibra.

O cultivo de algodão continua a fazer incursões nas extensas fazendas ao redor de Luis Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, onde predomina o clima de Cerrado. Os períodos úmidos e secos bem definidos tornaram a região um local de expansão natural para o cultivo do algodão.

"Planejamos plantar 25% mais algodão este ano", disse Moises Schmidt, sócio da Agricola Schmidt, um grupo que cultiva cerca de 35.000 hectares na Bahia, um dos Estados que formam a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

O movimento na Bahia é um sinal de que o Brasil provavelmente aumentará sua participação no comércio global de algodão, a mais recente marca positiva em uma história que viu o país liderar as exportações de soja e milho nos últimos anos. O Brasil também é o maior exportador de café e açúcar.

A Bahia é o segundo maior Estado produtor de algodão do Brasil, atrás apenas do Mato Grosso. Grandes fardos circulares de algodão embrulhados em capas plásticas coloridas podem ser vistos empilhados em fazendas e em áreas de armazenamento de cooperativas e processadores de algodão na região, esperando para serem enviados ao exterior.

A consultoria agrícola Veeries projeta que a área de algodão da Bahia crescerá 9,5% na nova safra, que está sendo plantada, para um recorde de 379.000 hectares.

No caso da Agricola Schmidt, ela está cortando a área de soja para dar espaço para mais algodão.

"A demanda de soja da China meio que se estabilizou, parece ter atingido um pico, de modo que o algodão parece mais atraente", disse Schmidt, referindo-se ao país que, na última década, foi o principal impulsionador do salto na produção de soja do Brasil. A China compra cerca de 70% de toda a soja exportada pelo Brasil.

A Veeries, no entanto, vê a área de soja no Estado pouco alterada na nova safra. Quem está pagando o preço pela expansão do algodão é o milho (primeira safra), cujo plantio está caindo 9,2% para 363.000 hectares, a menor área em seis anos.

© Reuters. Fardos de algodão em Luis Eduardo Magalhães
20/11/2024
REUTERS/Amanda Perobelli

"Considerando as margens de lucro esperadas, o algodão dará melhores retornos do que a soja, e muito mais do que o milho de verão", disse Fabio Meneghin, analista e sócio da Veeries.

Considerando todo o país, a área de algodão deve crescer 7,9%, para 2,15 milhões de hectares, de acordo com a consultoria Safras & Mercado, que projeta uma produção de 3,89 milhões de toneladas de algodão em pluma, 5,6% a mais.

(Reportagem de Marcelo Teixeira)

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