SÃO PAULO (Reuters) - A Agroconsult cortou sua projeção para a segunda safra de milho 2017/18 do Brasil para 60,2 milhões de toneladas, de 63 milhões consideradas em março, em meio à intensificação da estiagem em importantes regiões produtoras.
Conforme a consultoria, o volume da chamada "safrinha" tende a ser 12 por cento menor frente o recorde obtido no ano passado. A segunda safra é a principal do país, respondendo por cerca de 70 por cento de todo o milho produzido no Brasil.
A perspectiva de retração na colheita da segunda safra se acentuou nas últimas semanas diante da escassez de chuvas em áreas produtoras, em especial no Paraná, segundo maior produtor nacional, e em Mato Grosso do Sul.
"Se a estiagem permanecer, a safra poderá ser ainda menor", alertou a consultoria, em nota.
Para as próximas duas semanas, contudo, há previsão de chuvas no Paraná, mas elas devem ser mais volumosas no norte do Estado, enquanto no sul e partes do oeste tendem a ficar abaixo da média histórica, segundo o Thomson Reuters Agriculture Weather Dashboard.
Mais cedo nesta quinta-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu levemente sua projeção para a safrinha. Outras consultorias privadas, como a AgRural e FCSTone, já haviam anunciado reduções em suas previsões.
A queda na produção é, em parte, também atribuída à menor área plantada. A Agroconsult estima semeadura de 11,9 milhões de hectares neste ano, 1 por cento a menos na comparação com 2016/17.
Para Mato Grosso, principal produtor do país, a expectativa preliminar é de que a safra de milho totalize 26,9 milhões de toneladas, recuo de 9 por cento em relação ao ciclo anterior. Por lá, a área plantada é estimada em 4,6 milhões de hectares (alta de 2 por cento).
As estimativas foram divulgadas antes do início da segunda etapa Rally da Safra, que percorrerá lavouras a partir da próxima segunda-feira.
(Por José Roberto Gomes e Ana Mano)