MONTEVIDÉU (Reuters) - O novo governo do Uruguai manterá a política econômica direcionada à redução da inflação até o centro de uma variação fixada para o próximo ano e o controle do elevado déficit fiscal, disse o novo presidente, Tabaré Vázquez.
Em sua primeira mensagem ao país em cadeia de rádio e televisão depois de assumir pela segunda vez o comando do Estado, o presidente, que costuma ser definido como metódico e organizado, enfatizou que o objetivo será o equilíbrio fiscal.
"Prosseguiremos com a linha traçada até o momento por meio do controle do equilíbrio fiscal e tomando as medidas pertinentes para levar a inflação a uma variação média entre 3 e 7 por cento, e fixando-se no eixo em um prazo aproximado de 18 meses", disse Vázquez.
O Uruguai registrou nos 12 meses até janeiro um resultado fiscal negativo equivalente a 3,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e uma inflação de 8,02 por cento, superior ao teto da meta oficial.
O país aplica desde julho de 2013 uma política monetária contracionista que procura esfriar o ritmo de expansão do dinheiro disponível no mercado de modo a conter as pressões inflacionárias em uma economia para a qual está prevista uma expansão média anual de 3 por cento nos próximos dois anos.
Desde sua eleição, em novembro, Vázquez vem trabalhando e se empenhando em reduzir os investimentos das empresas públicas – engrossados durante o período de seu antecessor, José Mujica–, embora sem baixar os gastos com os planos sociais que permitiram reduzir a miséria e a pobreza a mínimos históricos.
O presidente disse que, no campo fiscal, será modificado o mecanismo de aplicação do imposto sobre a renda da pessoa física, o que representaria uma melhoria indireta no salário, além de remover a isenção dos proprietários de terras com mais de 300 hectares de um tributo voltado à educação.
Vázquez, que levou a esquerda pela primeira vez ao poder em 2005 no país, se comprometeu a melhorar o sistema educacional, que se encontra em decadência, com o objetivo de que "100 por cento dos jovens até 17 anos estejam no sistema educacional e 75 por cento terminem o ensino médio até 2020".
(Reportagem de Malena Castaldi, com reportagem adicional de Esteban Farat)
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