Brasília, 22 mai (EFE).- O Brasil perdeu em abril 97.828 empregos com carteira assinada, o pior resultado do mês desde 1992, quando o Ministério do Trabalho deu início à série histórica.
O saldo negativo foi resultado da diferença entre as 1.527.681 contratações e os 1.625.509 demitidos com registro formal, segundo o balanço do registro Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta sexta-feira.
O número contrasta com os 105.300 empregos formais criados em abril de 2014 e aos 19.282 postos gerados em março deste ano.
De acordo ao Ministério do Trabalho, foram fechados 137.004 empregos formais até abril de 2015, o pior resultado nos primeiros quatro meses do ano desde 2002.
O resultado reforça a visão pessimista sobre o mercado de trabalho depois de o país conseguir levar o desemprego ao menor nível histórico, enfrentando a crise internacional e a desaceleração da economia nacional.
No entanto, apesar da queda, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, ressaltou que o país gerou 5,1 milhões de empregos com carteira assinada desde 2011 e 20,5 milhões postos de trabalho se considerados os últimos 12 anos.
Dias negou que o país esteja passando uma crise econômica, afirmando que há uma campanha para que a opinião pública realmente acredite que ela existe, o que acaba afetando as contratações.
"Quem pretende empreender desiste e não contrata, o que se reflete no mercado de trabalho", afirmou o ministro durante uma entrevista coletiva em Florianópolis.
Apesar da retração, Dias destacou que, com o ajuste fiscal, o governo federal está criando condições necessárias para o país voltar aos níveis de empregos anteriores à "crise política".
A taxa de desemprego no Brasil foi de 7,9% no primeiro trimestre de 2015, um resultado 1,4 ponto percentual maior do que no último trimestre do ano anterior e 0,8 ponto percentual superior ao registrado nos três primeiros meses de 2014.
O aumento do índice coincide com as medidas de austeridade anunciadas pela presidente Dilma Rousseff, que incluem o corte de despesas, o encarecimento do crédito e a alta dos impostos.