Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou a sexta-feira com o seu principal índice no vermelho, em meio a uma nova bateria de resultados corporativos, entre eles o da Petrobras (SA:PETR4), tendo como pano de fundo perdas em Wall Street e em commodities.
O Ibovespa caiu 0,78 por cento, a 46.517 pontos. O giro financeiro totalizou 5,96 bilhões de reais.
Na semana, o índice de referência do mercado acionário brasileiro acumulou perda de 0,86 por cento.
Em Wall Street, as bolsas caíam nesta tarde, pressionadas por ações de varejistas e tecnologia, após dados frustrantes da Cisco e de redes de lojas de departamentos sugerindo enfraquecimento da demanda.
Também repercutiu brevemente no mercado brasileiro reportagem do serviço de notícias Valor Pro dizendo que a presidente Dilma Rousseff busca sucessor para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mas que não dará carta branca ao sucessor.
O último pregão da semana incluiu ainda repercussão do anúncio, na véspera, da revisão semianual do índice acionário global MSCI e suas subdivisões, incluindo o Brasil, que entra em vigor após o fechamento de 30 de novembro.(http://bit.ly/1kRXgTK)
No caso do MSCI Brasil Index, foram excluídas AES Tietê (SA:GETI4) PN, Banrisul (SA:BRSR6) PNB, Cyrela (SA:CCPR3) Brazil Realty, Ecorodovias (SA:ECOR3), Usiminas (SA:USIM5) PNA e Via Varejo (SA:VVAR11). Não houve adição de novos papéis.
DESTAQUES
=PETROBRAS fechou em queda de 4,09 por cento nas preferenciais e de 2,66 por cento nas ações ordinárias, em meio à repercussão do resultado do terceiro trimestre, com novo prejuízo, em resultado sendo fortemente impactado pelo efeito do câmbio na dívida. Para a corretora Brazil Plural, o prejuízo "jogou água no chopp" dos que ainda tinham expectativa de dividendo" para o resultado de 2015. A queda dos preços do petróleo endossou o movimento.
=CSN despencou 9,59 por cento, liderando as perdas do Ibovespa, em meio ao aumento do prejuízo no terceiro trimestre para 532,6 milhões de reais e queda no Ebitda, bem como aumento do endividamento para 6,6 vezes o resultado da dívida líquida sobre Ebitda no fim de setembro.
=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO caíram 2,78 e 1,47 por cento, respectivamente, também pressionando o declínio do Ibovespa, dada a relevante fatia que ambos detêm na composição do índice.
=BM&FBovespa cedeu 1,8 por cento, mesmo após reportar crescimento anual no lucro ajustado no terceiro trimestral para 457 milhões de reais. Incluindo ganhos extraordinários relativos à venda na fatia no CME Group, o lucro totalizou 2 bilhões de reais no período.
=SABESP reverteu a queda da manhã e fechou em alta de 1,9 por cento, na ponta positiva do Ibovespa. A companhia reportou prejuízo de 580,1 milhões de reais no terceiro trimestre, revertendo o lucro de 91,5 milhões de reais um ano antes. Na teleconferência sobre o resultado, porém, a empresa disse que o cenário de segurança hídrica paulista melhorou ante 2014.
=MRV ENGENHARIA avançou 2,65 por cento, também entre as maiores altas do Ibovespa, após mostrar que seu lucro subiu 5,2 por cento no terceiro trimestre na comparação anual, para 142 milhões de reais, acima das expectativas de analistas.
=VALE fechou com as preferenciais de classe A em alta de 1,51 por cento, quebrando série de sete pregões de queda, quando acumulou perda de quase 13 por cento. Duas fontes do governo afirmaram à Reuters na véspera que o governo federal acredita que chegará na casa dos bilhões de dólares a conta total a ser paga pela Samarco, joint venture entre a brasileira e a anglo-australiana BHP Billiton, em razão do desastre com o rompimento de barragens em Mariana (MG). Vale ON (SA:VALE3) subiu 2,13 por cento.[nL1N1372JV]
=ELETROBRAS reverteu as perdas da manhã e fechou com alta de 2,6 por cento, mesmo após a estatal elétrica divulgar prejuízo de 4,2 bilhões de reais para o terceiro trimestre, salto ante o resultado negativo de quase 2,8 bilhões de reais no mesmo período do ano passado.