WASHINGTON/MOSCOU (Reuters) - Os Estados Unidos informaram nesta sexta-feira que revogaram as credenciais de cinco dos seis cônsules honorários da Rússia para retaliar o que chamaram de assédio russo a diplomatas norte-americanos, provocando uma resposta irritada de Moscou.
Cônsules honorários são tradicionalmente cidadãos norte-americanos ou detentores de visto permanente que realizam serviços consulares para um governo estrangeiro, disse uma autoridade dos EUA, afirmando que os cinco ficavam na Califórnia, Flórida, Minnesota, Utah e Porto Rico. Um sexto, em Colorado, não será afetado.
"A ação está sendo tomada em resposta à contínua interferência russa às nossas operações diplomáticas e consulares na Rússia, incluindo, mas não limitado a isso, o assédio generalizado ao nosso pessoal e também o fechamento forçado do Centro Americano em Moscou", disse Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado, em comunicado.
"Estamos preparados para tomar medidas apropriadas adicionais se ocorrerem novos esforços para impedir as nossas atividades consulares e diplomáticas na Rússia", acrescentou.
Apesar de cooperarem em alguns temas, como a redução do programa nuclear iraniano, os laços entre os dois países têm se deteriorado há mais de uma década, em parte pelo que Washington vê como um regime cada vez mais autoritário do presidente russo, Vladimir Putin.
O Ministério de Relações Exterior esda Rússia disse que estava irritado com a decisão norte-americana de retirar as credenciais da maioria dos seus cônsules honorários nos EUA.
Em comunicado, a porta-voz do ministério Maria Zakharova declarou que os EUA estavam espalhando propaganda anti-Rússia e que o serviço de inteligência norte-americano estava realizando "provocações" contra diplomatas russos nos EUA e em outros locais.
(Reportagem de Arshad Mohammed em Washington e Christian Lowe em Moscou)