Londres, 16 jan (EFE).- A libra atingiu nesta segunda-feira seu nível mais baixo desde outubro frente ao dólar pela possibilidade de a primeira-ministra britânica, Theresa May, antecipar a eventual saída do Reino Unido do mercado único europeu, segundo os analistas.
A libra atingiu hoje valor inferior a US$ 1,20 nos mercados asiáticos e britânico, mas, depois das 8h30 GMT (6h30 de Brasília), se recuperou ligeiramente e estava cotada a US$ 1,20.
A moeda britânica também caía frente ao euro, e retrocedia 0,9% no mercado de Londres, para 1,13 euro.
Desde o referendo de 23 de junho de 2016 sobre a permanência ou saída britânica da União Europeia (UE), a divisa do Reino Unido perdeu 20% de seu valor frente ao dólar, níveis que não eram vistos desde 1985.
Em outubro, a libra tinha caído para um nível muito baixo ao chegar a US$ 1,19 dólares antes de voltar a se recuperar.
A volatilidade da libra hoje responde à grande expectativa criada em torno do esperado discurso que a premiê May dará amanhã para explicar seu plano de negociação com Bruxelas sobre o "Brexit", a saída do Reino Unido da União Europeia.
Segundo anteciparam ontem os jornais dominicais, a chefe de governo poderia antecipar uma possível saída do Reino Unido do mercado comum europeu a fim de ter o pleno controle da imigração.
A isto se uniram hoje os comentários do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que se disse favorável a negociar um acordo comercial com o Reino Unido assim que tomar posse nesta sexta-feira.
Trump disse ao jornal "The Times" que o "Brexit" é uma "grande coisa" e que a queda da libra é algo bom para os negócios.
Nos últimos meses, a Bolsa de Valores de Londres aumentou consideravelmente, pois muitos exportadores britânicos se beneficiaram da queda da libra.
Ao ser perguntado pelo "The Times" sobre um possível acordo comercial com o Reino Unido, Trump respondeu: "Absolutamente, muito rápido. Sou um grande admirador do Reino Unido". "Vamos trabalhar muito duro para tê-lo rapidamente e fazê-lo bem. Bom para as duas partes".
May indicou que ativará o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que inicia um processo de negociação de dois anos para a saída de um país da União Europeia, para o fim de março, por isso o Reino Unido estaria fora do bloco no segundo trimestre de 2019.