A produção de grãos deve crescer 17,4% na safra de 2016/2017, com um aumento de 32,5 milhões de toneladas em relação à safra anterior. A estimativa foi divulgada hoje (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e chega ao recorde de 219 milhões de toneladas. Este é o quinto levantamento desta safra feito pela Conab.
A estimativa positiva se deve principalmente ao aumento da produtividade média das culturas, em recuperação às condições climáticas desfavoráveis da safra passada. Além disso, esse levantamento inclui a área de culturas de segunda safra. A área total tem perspectivas de ampliação de 2,1%, podendo chegar a 59,5 milhões de hectares em relação à safra 2015/2016.
Para a soja, a projeção é de crescimento de 10,6% na produção, podendo atingir o recorde de 105,6 milhões de toneladas, e ampliação de 1,6% na área.
O milho total deve atingir 87,4 milhões de toneladas, sendo 28,8 milhões para a primeira safra e 58,5 milhões para a segunda. A segunda safra de milho, entretanto, pode ser alterada, já que ainda está sendo plantada. A ampliação da área total de milho deve ultrapassar os 11 milhões de hectares.
Segundo o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo de Oliveira Neto, o número recorde de produção de soja se deve muito mais ao aumento de área do que à produtividade. “Nas últimas dez safras, a soja cresceu 58,5% em área e 11% em produtividade”, disse. Já no caso do milho, a área cresceu 11,8% e a produtividade 33,2%, em dez safras. “E para o milho ainda há tecnologia para suportar o crescimento de produtividade”, explicou.
Estimativa desagregada
O feijão primeira safra deve obter 1,4 milhão de toneladas, 36,7% maior do que a safra passada, sendo 861,6 mil para o tipo carioca, 319,4 mil para o preto e 232,5 mil toneladas para o caupi. Já o algodão pluma deve crescer 10,3% e chegar a 1,42 milhão de toneladas, mesmo com uma redução de 4,5% na área cultivada. O maior cultivo de soja é o que ocasionou a redução nas áreas do algodão e do arroz, o que não ocorreu com as demais culturas de primeira safra.
Assim como faz para o feijão, pela primeira vez a Conab apresenta a estimativa desagregada da produção de arroz cultivado nos sistemas sequeiro e irrigado, além dos números da expansão da irrigação no Brasil e sua importância na safra de grãos.
O levantamento foi feito com informações da Agência Nacional de Águas (ANA).
“Todos os estados cresceram na utilização da irrigação, ela dobra e até triplica a produção. Bem utilizada pode trazer muitos benefícios para a agricultura”, disse o superintendente. A previsão total de arroz é de 11,9 milhões de toneladas, um aumento de 11,9% frente a safra anterior, com 1,1 milhão de t de sequeiro e 10,8 milhões de irrigado.