SÃO PAULO (Reuters) - O atacante Neymar está disposto a pagar 8 milhões de reais à Receita Federal para se livrar de problemas jurídicos e se concentrar no Paris Saint-Germain, apesar de a Procuradoria-Geral da Fazenda afirmar que o valor da multa ainda não foi estabelecido.
Em março, Neymar teve seu recurso parcialmente aceito no julgamento de processo que tramitava no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) sobre uma multa de 188,8 milhões de reais aplicada pela Receita Federal por sonegação fiscal.
"Embora ele não concorde com o valor, o processo se arrasta e a intenção é acabar e mover para essa nova fase em que Neymar não esteja envolvido (em processo) e quitar esse valor", disse Marcos Neder, um dos advogados do jogador, em entrevista coletiva nesta sexta-feira.
A Procuradoria-Geral da Fazenda, no entanto, informou em comunicado que a decisão do Carf não reduziu o valor devido a 8 milhões de reais.
"Cabe exclusivamente à Receita Federal confirmar a existência e o valor dos créditos alegados pela assessoria do contribuinte. Somente após essa apuração, que se iniciará quando encerrada a discussão no Carf, se conhecerá o valor da dívida em aberto", afirmou.
Neymar, por meio de empresas que o representam, estava sendo acusado de omitir rendimentos de fontes situadas no exterior, como valores pagos pelo Barcelona ao Santos para sua contratação. Neymar recorreu ao Carf contra a cobrança.
Neymar, de 25 anos, é alvo de outras ações judiciais por causa de sua conturbada transferência do Santos para o Barcelona em 2013.
"As acusações foram precipitadas em alguns momentos...no final deixou uma mácula para a imagem, um desgaste para a imagem, e o Neymar, você sabe, trabalha com imagem. Obviamente é necessário ser cauteloso com isso. Isso é o que nós tiramos de lição", disse o advogado Gustavo Xisto.
Na semana passada, o atacante foi confirmado como novo contratado do Paris Saint-Germain, que aceitou pagar sua multa rescisória de 222 milhões de euros, a negociação mais cara do futebol.
(Por Andrew Downie, com reportagem adicional de Tatiana Ramil)