SÃO PAULO (Reuters) - Um conjunto de 12 países das Américas, conhecido como Grupo de Lima, pediu nesta terça-feira uma auditoria independente urgente sobre as eleições regionais da Venezuela no último domingo e afirmou que o pleito, no qual aliados do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, conquistaram a maioria dos governos estaduais, foi marcado por irregularidades e manipulação.
O grupo --formado por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru-- aponta que a eleição foi caracterizada por "diversos obstáculos, atos de intimidação, manipulação e irregularidades" e, diante disso, consideram "urgente realizar uma auditoria independente de todo o processo eleitoral".
Os membros do Grupo de Lima pedem, ainda, que essa auditoria seja "acompanhada por observadores internacionais especializados e reconhecidos, a fim de esclarecer a controvérsia gerada sobre os resultados da referida eleição e conhecer o verdadeiro pronunciamento do povo venezuelano".
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, pró-governo, disse que os candidatos aliados a Maduro venceram em 17 Estados, contra seis da oposição, na votação de domingo. O ótimo resultado do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) foi inesperado, já que a escassez de alimentos devastadora e a inflação que corrói os salários vêm despertando fúria contra Maduro.
Líderes oposicionistas denunciaram irregularidades, pediram uma reação nas ruas e exigiram uma auditoria do pleito, mas não apresentaram nenhum indício de fraude de imediato.
Antes da eleição de domingo, membros da oposição a Maduro afirmaram que a comissão eleitoral pró-Maduro tentou manipular as eleições regionais a favor dos socialistas incluindo os nomes de candidatos derrotados em primárias na cédula.
(Por Eduardo Simões)