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Rússia teme ser o país mais prejudicado pelo perdão da dívida do Chipre

Publicado 17.03.2013, 14:04

Arturo Escarda.

Moscou, 17 mar (EFE).- Os poupadores russos temem perder pelo menos US$ 2 bilhões com o perdão da dívida do Chipre, enquanto economistas desse país criticaram a decisão pelos prejuízos que pode causar à Rússia o peculiar resgate ao país mediterrâneo.

O resgate ao Chipre e a remissão de dívida a todos os depósitos bancários exigida pela União Europeia, e aceita na véspera por Nicósia, prejudica os interesses da Rússia, cujas economias na ilha se estimam oficialmente em US$ 20 bilhões, segundo denunciou neste domingo o líder de uma patronal bancária russa, Anatoli Aksákov.

Os russos, de fato, aglutinam mais da quinta parte de todos os depósitos nos bancos da ilha, que somam um total de US$ 91,5 bilhões, segundo dados oficiais.

Alguns analistas vão além e apontam que as economias dos cidadãos russos na ilha mediterrânea alcançam os US$ 35 bilhões.

A remissão imposta por Bruxelas transformou em realidade um dos piores augúrios assinalados na semana passada pela agência de qualificação de riscos Moody's, que antecipou em um relatório que os bancos russos poderiam perder até US$ 50 bilhões caso o Chipre decida recortar drasticamente sua dívida.

A Moody's advertia, entre outras coisas, que, em caso do congelamento dos depósitos e seu uso para repartir a carga financeira de um resgate, as empresas russas sofreriam perdas e não poderiam repatriar seu dinheiro, algo que repercutiria de forma direta em sua capacidade para enfrentar seus compromissos de pagamento na Rússia.

O perdão da dívida requer que todos os poupadores, residentes ou não residentes, paguem um imposto extraordinário de 9,9% sobre os depósitos de mais de 100 mil euros e de 6,75% para os de menor valor.

A medida se agrava pelo "confisco parcial" decretado pela Europa, que proíbe toda transferência bancária para evitar a fuga de capitais e que impõe a retenção praticamente imediata das quantias correspondentes ao imposto extraordinário.

Alheio a este inesperado giro na crise cipriota, o governo russo tinha preparado seu próprio pacote de exigências a Nicósia às vésperas de que o ministro das Finanças cipriota, Michalis Sarris, chegue a Moscou para negociar um novo programa de ajuda financeira ao Chipre.

O titular de Finanças russo, Antón Siluánov, antecipou na sexta-feira passada que Moscou pedirá a Nicósia informação sobre as contas dos cidadãos e empresas russas a fim de legalizar capitais não declarados em origem.

Perante a nova situação, Aksánov, presidente da Associação de Bancos Regionais da Rússia, conhecida também como Associação Rússia, ressaltou que a remissão de dívida prejudicará a economia russa, já que a ilha é o primeiro investidor estrangeiro na Rússia, paradoxalmente graças ao dinheiro russo que se refugia em sociedades offshore cipriotas (fora das fronteiras do país).

O também deputado do partido governista Rússia Unida e vice-presidente do comitê parlamentar de Finanças assegurava ontem que o Executivo russo "deve ajudar o Chipre, porque é o principal investidor estrangeiro em nossa economia".

"Se o Chipre sofre, afetará indiretamente os investimentos em nosso país. Mas o Chipre deve 'desnudar-se' perante nosso Governo. (Deve) revelar sua situação financeira (...) e toda a informação sobre aqueles que têm ali suas economias", declarou.

Enquanto isso, o vice-presidente da Associação Rússia, Aleksandr Jandrúyev, propôs condicionar um novo crédito de Moscou a Nicósia a que a remissão de dívida não seja aplicada em toda sua medida aos depósitos russos.

"Acho que se poderia propor que a Rússia conceda ajuda financeira ao Chipre em troca que este imposto (extraordinário) não seja aplicado em sua totalidade ou seja adiado um tempo" para os poupadores russos, disse em declarações ao canal de televisão "Rossiya 24".

Segundo dados do Banco Central russo, em 2011 o Chipre se situou como primeiro destino na fuga de capitais da Rússia, ao mesmo tempo em que também liderou o âmbito dos investimentos estrangeiros neste país, com mais de US$ 13 bilhões.

Aksánov assegurou que o bem-estar alcançado anteriormente pelo Chipre se deve em grande medida ao dinheiro russo, que agora evitará atracar nos bancos da ilha.

"Agora a confiança no Chipre como lugar para depositar dinheiro será rompida", lamentou o presidente da Associação Rússia, a quem parece óbvio que os europeus não guardavam suas economias no pequeno país mediterrâneo e que o resgate privado imposto por Bruxelas será pago com o dinheiro dos russos e cipriotas.

Como se não bastasse, os bancos russos outorgaram créditos por um montante de até US$ 40 bilhões às sociedades offshore do Chipre, segundo a Moody's. Outros US$ 12 bilhões estão nas contas das filiais que os bancos russos têm na ilha. EFE

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