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Brasil deve começar plantio de soja 20/21 com mais da metade da safra vendida

Publicado 14.08.2020, 16:16
Atualizado 14.08.2020, 17:15
© Reuters.

Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) - Os produtores de soja do Brasil devem começar o plantio da safra 2020/21, em setembro, com mais da metade da produção comercializada antecipadamente, em um movimento inédito para o setor, que tem sido beneficiado pelos altos preços oferecidos diante da forte demanda interna e externa.

A venda antecipada, dentre outros fatores, dá segurança ao produtor na realização de investimentos e ampliação da área semeada. Uma pesquisa da Reuters recente apontou um crescimento de cerca de 3% no plantio.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz, disse à Reuters nesta sexta-feira que cerca de 50% da oleaginosa que será plantada em 2020/21 já foi comercializada e a expectativa é de elevação nos negócios.

"Não temos como precisar em quanto estaremos vendidos na época de plantio, mas a tendência é subir a venda antecipada sim... E só estamos em 50% porque há o risco climático, caso contrário, já teríamos ultrapassado essa marca", afirmou.

"Este patamar de vendas antecipadas é um recorde absoluto. O anterior foi visto em 2015, quando nessa época 26% da safra estava comercializada", acrescentou o coordenador de Grãos da Datagro, Flávio Roberto de França Júnior.

Na avaliação da Datagro, o percentual comercializado está em 41,6%, ante 20,1% no mesmo período de 2019, enquanto a média para os últimos cinco anos é de 18,6%.

Considerando intenção maior de plantio na safra 2020/21, com produção de 131,69 milhões de toneladas, a Datagro estima que o comprometimento antecipado já tenha atingido cerca de 54,80 milhões de toneladas de soja.

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Mas, segundo França Jr, o nível de remuneração muito forte especialmente provocado pela alta do câmbio justifica a postura dos produtores.

Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que o indicador de soja Esalq/BM&FBovespa - Paranaguá fechou em 126,23 reais por saca de 60 kg na quinta-feira, um salto 49,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a saca estava cotada em 84,59 reais.

A moeda norte-americana, que influencia diretamente o preço de venda da soja, segue valorizada em relação ao real na esteira das incertezas em torno da pandemia do novo coronavírus, tornando o grão do Brasil mais atrativo no mercado externo.

"O pico de comercialização da oleaginosa aconteceu entre março e maio, em linha com o pico do câmbio que se aproximou dos 6 reais em maio", pontuou o analista da consultoria Safras & Mercado Luiz Fernando Roque.

No levantamento da Safras, 45% da soja já foi comercializada, e no período de plantio este percentual pode ter subido para o intervalo entre 55% e 60%.

Vale destacar também a ampla demanda da China para a soja brasileira, em meio a uma estratégia de formação de estoques.

Roque lembrou que o normal é colher a safra com metade negociada, "mas plantar neste patamar de venda é bem atípico pela incerteza climática", alertou.

A conjuntura positiva tem levado o produtor a negociar, inclusive, a safra de 2021/22, que será plantada somente em setembro do ano que vem. Mato Grosso deu a largada nesse movimento e até o fim de julho já tinha vendido 1,29% da produção esperada para a soja na próxima temporada. Em anos anteriores, estes negócios teriam começado somente em dezembro.

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CLIMA

Por enquanto, existe uma possibilidade de La Niña que poderá ser confirmada em meados de outubro, disse ele.

A ocorrência deste fenômeno climático caracterizado pela resfriamento das águas do Oceano Pacífico pode trazer seca para o Sul do país.

"As chances de um La Niña no trimestre outubro, novembro e dezembro estão em 60%", acrescentou a analista da consultoria StoneX Ana Luiza Lodi.

Segundo ela, mesmo que não seja caracterizado um La Niña, o mercado acompanha a possibilidade de uma maior demora na regularização do regime de chuvas no país, com um mês de setembro ainda mais seco, situação que pode impactar o início do plantio da soja.

Ana Luiza disse que o levantamento da StoneX aponta para comercialização antecipada da soja em 42%, e cada mês os produtores têm elevado em média 5 pontos percentuais nas vendas.

(Por Nayara Figueiredo)

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