SÃO PAULO (Reuters) - A carga de energia elétrica do Brasil registrou em junho uma queda de mais de 3% ante igual período do ano passado, mas deu sinais de recuperação em relação a maio, conforme medidas de isolamento social são flexibilizadas no país, disse nesta segunda-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Segundo boletim mensal do ONS, a carga de 61.602 megawatts médios registrada pela Sistema Interligado Nacional em junho representa uma queda de 3,4% na comparação anual, mas elevação de 2,5% ante o mês imediatamente anterior.
Se excluídos efeitos de fatores fortuitos --como temperatura e calendário-- e não econômicos sobre a carga, a queda no ano a ano seria de 4,4%, acrescentou o ONS.
"Durante o mês de junho a carga apresentou sinais de suave elevação. Esse comportamento foi sustentado principalmente pela flexibilização das medidas de isolamento social, que ocasionou um aumento mais amplo nas atividades econômica", disse o operador.
A carga de energia representa o consumo com as perdas na rede.
Apesar disso, o ONS reconheceu que a recuperação ainda é muito modesta, uma vez que diversas empresas seguiram operando em níveis inferiores às suas capacidades.
Junho foi o terceiro mês consecutivo com quedas nas cargas de todos os subsistemas do país em relação aos mesmos períodos do ano anterior, embora apenas o Nordeste tenha apresentado um recuo (de 0,9%) na comparação com maio.
Principal subsistema do país, o Sudeste/Centro-Oeste teve queda de 3,9% ano a ano, mas alta de 3,1% versus maio. A menor redução ante junho de 2019, de 0,7%, foi verificada no Sul; a maior, justamente no Nordeste (-5,1%).
"De uma maneira geral, os resultados dos indicadores utilizados no processo de análise do comportamento da carga sugerem, apesar de ainda muito distantes dos níveis anteriores ao início da pandemia, que o pior momento tenha passado", afirmou o ONS.
Na semana passada, ao divulgar previsões para julho, o ONS estimou uma alta de 0,5% na carga de energia do país neste mês em comparação anual, impulsionada pelo relaxamento das medidas restritivas no Brasil.
(Por Gabriel Araujo)