RIO DE JANEIRO (Reuters) - Líder global na produção e fornecimento de produtos de nióbio, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) aposta em uma parceria com a japonesa Toshiba para elevar a demanda por seus óxidos de nióbio a partir da próxima década, com a aplicação do produto em baterias para carros elétricos.
O acordo entre ambas as empresas é a última iniciativa da brasileira com foco em baterias para carros elétricos, setor que tem potencial importante de crescimento e é considerado um novo nicho para a ampliação da demanda pelo nióbio, disse à Reuters o diretor de Tecnologia da CBMM, Marcos Stuart.
"O carro elétrico é uma realidade, uma necessidade... quando vem de energias renováveis, não emissoras, ele acaba sendo uma solução do futuro. Nós acreditamos nela", disse Stuart, em uma entrevista à Reuters por telefone.
A CBMM registrou receita líquida de 4,8 bilhões de reais em 2017, enquanto o lucro líquido somou 1,653 bilhão de reais no mesmo ano.
A partir do acordo com a Toshiba, a CBMM --controlada pelo Grupo Moreira Salles-- vai aportar 7,2 milhões de dólares para a construção de uma linha de produção piloto de baterias, em Kashiwazaki, no Japão, junto a instalações da Toshiba.
Com a iniciativa, as empresas vão fabricar e testar uma nova geração de baterias, com anodos de óxidos mistos de nióbio e titânio, de alta densidade energética e recarga ultra rápida. A aplicação do Nióbio, segundo Stuart, viabiliza baterias mais seguras e duráveis e com tempo mais rápido de recarga.
A expectativa é que, em cerca de um ano, o piloto já esteja em produção e que o projeto como um todo dure aproximadamente cinco anos, explicou Stuart.
O executivo evitou dar estimativas de aumento da demanda, uma vez que o projeto com a Toshiba está no início.
A empresa tem ainda outras iniciativas de estudos sobre a utilização do nióbio em baterias para carros elétricos, incluindo em universidades fora do Brasil.
As iniciativas estão em linha com o objetivo central da CBMM, que é aproveitar todas as potencialidades e variações do nióbio para expandir seu mercado mundial, concluiu Stuart.
(Por Marta Nogueira)