PEQUIM (Reuters) - A CNPC, estatal de energia da China, está pronta para assumir a participação da Total no gigantesco projeto de gás South Pars, do Irã, se a companhia francesa deixar o país em meio às sanções recém-anunciadas pelos Estados Unidos, disseram fontes da indústria.
Os Estados Unidos disseram nesta semana que vão impor novas sanções contra o Irã, depois de abandonar um acordo fechado no final de 2015 que limitava as ambições nucleares de Teerã em troca da retirada das sanções.
Embora as novas sanções sejam unilaterais, muitas empresas, incluindo a japonesa Inpex, já parecem estar sob pressão de Washington e abandonando projetos no Irã.
Se a Total se afastar do campo de South Pars, que possui as maiores reservas de gás natural do mundo já encontradas em um só lugar, a CNPC está preparada para entrar, disseram as fontes.
Não ficou claro se a CNPC recebeu a aprovação do governo para o movimento. Mas a operação poderia estressar ainda mais a tensa relação comercial entre Pequim e Washington.
A Reuters informou em dezembro que um acordo de 1 bilhão de dólares assinado em julho passado deu à empresa chinesa a opção de assumir a participação da Total se ela deixar o Irã.
Desde então, a gigante, apoiada por Pequim, conduziu diligências e planejamento significativos, disseram várias altas fontes da indústria à Reuters.
As fontes falaram sob condição de anonimato, enquanto CNPC e Total preferiram não comentar o assunto.
"A possibilidade de a Total sair é significativamente alta agora, e nesse cenário a CNPC estará pronta para assumir integralmente", disse uma fonte com conhecimento direto do contrato.
(Reportagem adicional de Bate Felix, em Paris, e Ron Bousso, em Londres)