Por Rajendra Jadhav
KATHAWALA, ÍNDIA (Reuters) - A produção de colza da Índia pode permanecer estável em 2023, apesar de um plantio recorde, já que os rendimentos foram reduzidos por geada em janeiro e uma onda de calor nas principais áreas de produção, disseram agricultores e autoridades do setor à Reuters.
A produção de colza abaixo do esperado pode forçar a Índia, o maior importador mundial de óleos vegetais, a aumentar as caras compras no exterior de óleos de cozinha, como o óleo de palma , óleo de soja e óleo de girassol para atender a demanda crescente.
"O crescimento vegetativo foi excelente até meados de janeiro, quando a geada atingiu nossa safra. Afetou gravemente as vagens em desenvolvimento", disse o agricultor Ramu Meena, que expandiu sua área para quatro acres este ano, dos três acres do ano passado no Estado de Rajasthan, no noroeste.
Outras duas dúzias de agricultores nesse Estado grande produtor disseram à Reuters que a geada e uma onda de calor reduziram o número de grãos nas vagens.
A área plantada com colza saltou 7,4% para um recorde de 9,8 milhões de hectares em 2023. Com base na área maior, o governo previu que a produção de colza poderia saltar 7,1% em relação ao ano anterior, para um recorde de 12,8 milhões de toneladas.
"A expectativa inicial era que o tamanho da safra poderia aumentar para 12 a 12,5 milhões de toneladas, mas o clima não ajudou", disse BV Mehta, diretor-executivo do órgão da indústria da Índia (SEA, na sigla em inglês).
"Podemos acabar em torno do nível de produção do ano passado."
A Índia produziu 10,5 milhões de toneladas de colza em 2022.
A SEA está realizando pesquisas de campo para avaliar o tamanho da safra e divulgará estimativas de produção em 20 de março, disse Mehta.
O clima errático poderia reduzir a produção de colza em cerca de 1,5 milhão de toneladas, o que poderia render 500.000 toneladas de óleo e reduzir as importações de óleo vegetal na mesma proporção, disse um negociante para uma trading de Mumbai.
A Índia atende mais de 70% de sua demanda de óleo de cozinha por meio da importação de óleo de palma, óleo de soja e óleo de girassol da Malásia, Indonésia, Brasil, Argentina, Ucrânia e Rússia.