Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), formado por autoridades e técnicos da área de energia do governo, decidiu manter a possibilidade de acionamento de mais usinas térmicas devido à falta de chuvas na região das hidrelétricas, principal fonte de geração do país, disse o Ministério de Minas e Energia em nota na noite de quarta-feira.
O uso adicional das térmicas, cujo custo de operação é maior que outras fontes, teve início a partir de meados de outubro, em meio a preocupações com o nível dos reservatórios hídricos e à retomada do consumo de eletricidade no país apesar da crise do coronavírus.
Especialistas já haviam dito à Reuters que o regime diferenciado de operação das térmicas provavelmente continuaria após as chuvas fracas de outubro, consideradas as piores do histórico para as usinas do Sudeste e do Centro-Oeste e a segunda pior marca para a região Sul.
O Ministério de Energia destacou "a importância da medida, especialmente diante do cenário de poucas chuvas verificado no mês de outubro".
A pasta também disse que, durante reunião do CMSE na quarta-feira, a estatal Petrobras (SA:PETR4) foi convidada a participar e apresentou "medidas em curso que visam a maior disponibilização de combustível" para que usinas térmicas possam atender a necessidade de geração indicada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Procurada, a Petrobras não respondeu de imediato um pedido de comentários sobre a situação da oferta de gás.
Boletim divulgado pelo ministério nesta semana mostrou "aumento acentuado na demanda térmica" por gás a partir da decisão do CMSE de ligar as usinas termelétricas, da ordem de 30%, seguido por nova expansão de 23% na semana seguinte, de 24 a 30 de outubro.
Esse movimento aconteceu justamente pelo acionamento das usinas de energia, uma vez que a demanda não-térmica por gás continuou estável, segundo os dados do governo.