SÃO PAULO (Reuters) - O potencial produtivo dos cafezais da região de atuação da Cooxupé está comprometido após a falta de chuvas prejudicar o desenvolvimento da "principal" florada da safra do próximo ano, disse nesta quarta-feira a maior cooperativa de cafeicultores do mundo.
Conforme a Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé (MG), chuvas no fim de setembro permitiram às plantações a abertura de uma "grande florada", apontada pela Cooxupé como a mais importante do ciclo, cuja colheita se dará em meados de 2018.
"As altas temperaturas e a falta de chuvas prenunciam que 2018, ano de bienalidade alta, ainda será, por enquanto, um ano de safra alta, no entanto o potencial produtivo sinalizado por esta grande florada deverá ter o seu volume comprometido", afirmou em nota o Departamento de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé.
Sem citar projeções, a cooperativa lembra que situação semelhante ocorreu com a florada de 2007.
Os comentários da Cooxupé se somam aos de outras entidades e indústrias do setor, que deixaram de apostar em uma "supersafra" em 2018, de mais de 60 milhões de sacas, depois da severa estiagem de setembro, conforme reportou a Reuters em meados do mês passado.
"Ainda não temos condições de falar qual será o tamanho da safra, mas já podemos adiantar que há grandes chances de ela não chegar à grandeza que esperávamos por conta dessas adversidades que estamos presenciando", afirmou o gerente do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé, Mário Ferraz, no comunicado.
A cooperativa, que lidera mais de 13 mil cooperados no Sul de Minas, Cerrado mineiro e Vale do Rio Pardo (SP), explicou que as temperaturas elevadas acompanhadas de déficit hídrico acentuado durante a florada, além de comprometerem a estrutura do botão floral, reduzem o índice de pegamento e podem, até mesmo, provocar a queda dos chumbinhos recém-formados.
Esse cenário teria seu efeito aumentado se as lavouras apresentarem alto índice de desfolha, acrescentou a cooperativa.
(Por José Roberto Gomes)