SANTIAGO (Reuters) - Milhares de estudantes chilenos foram às ruas nesta terça-feira em protesto para denunciar o que classificam como uma crise na educação no país, no momento em que o Congresso se prepara para iniciar a discussão de uma reforma no ensino superior.
A Confederação de Estudantes do Chile (Confech) se queixa que as mudanças promovidas pelo governo da presidente socialista Michelle Bachelet são insuficientes e mantém as falhas do sistema atual, apesar da promessa do governo promover um modelo que garanta gratuidade e qualidade.
"Não sei se o governo está se fazendo de bobo. Não se pode legislar sem escutar os movimentos sociais", disse a jornalistas Daniel Andrade, presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile.
Com cartazes com dizeres como "A educação segue em crise, não a deixemos cair", apitos e bandeiras, os manifestantes avançaram pela avenida principal do centro de Santiago, assim como em outras cidades pelo país.
Entre as demandas do movimento estão o perdão de dívidas educacionais, o fim do lucro na educação e cobranças a respeito das garantias de gratuidade e qualidade prometidas por Bachelet em sua campanha.
Os protestos ocorreram antes de a comissão de Educação da Câmara de Deputados do Chile votar a reforma da educação superior proposta pelo governo, ainda que se espere um possível repúdio por parte dos parlamentares.
O deputado e ex-dirigente estudantil Giorgio Jackson pediu ao governo que "abandone a soberba, abandone essa ideia de legislar de costas para a cidadania e que acabe imediatamente com a discussão do projeto".
(Reportagem de Fabián Andrés Cambero)