Por Peter Nurse
Investing.com - Os mercados de petróleo caíam na quinta-feira (4), com preocupações de que os cortes recordes de produção sejam reduzidos em meio a desacordos dentro da Opep em relação à conformidade com a redução de produção.
Às 12h20 (horário de Brasília), os contratos futuros de petróleo dos EUA eram negociados em baixa de 2%, a US$ 36,55 por barril. O contrato de referência internacional Brent caía 1,2%, para US$ 39,30.
Os preços do petróleo subiram nas últimas seis semanas, graças a cortes de fornecimento recordes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, incluindo a Rússia, um grupo apelidado de Opep +.
Dois dos principais produtores deste grupo, Arábia Saudita e Rússia, também assinaram um acordo preliminar para estender os 9,7 milhões de barris por dia cortados por mais um mês, mas isso depende da conformidade de seus parceiros no grupo - "em particular, Iraque e Nigéria, cuja conformidade em maio chegou a apenas 42% e 33%, respectivamente ”, disseram analistas do ING em uma nota de pesquisa.
"Parece que qualquer extensão dos cortes atuais dependerá amplamente desses países melhorarem seus níveis de conformidade e potencialmente compensarem sua falta de conformidade em maio".
Sem um novo acordo, a Opep + deve reduzir seus cortes para 7,7 milhões de barris por dia a partir de 1º de julho, contra 9,7 milhões de barris por dia em junho e maio. Além disso, países como a Arábia Saudita também podem cancelar os cortes voluntários adicionais anunciados para junho.
O grupo estava originalmente programado para se reunir na próxima semana, mas surgiram conversas no início desta semana sobre a possibilidade de uma reunião virtual esta semana.
A Saudi Aramco (SE:2222) deve adiar a divulgação seus preços de venda oficiais de julho até pelo menos domingo, enquanto aguarda o resultado de uma reunião de produtores da Opep +, informou a Reuters, citando duas fontes familiarizadas com o assunto.
A Saudi Aramco emite seus preços oficiais de venda até o dia 5 de cada mês, estabelecendo a tendência para os preços do Irã, do Kuwait e do Iraque e afetando mais de 12 milhões de barris de petróleo por dia com destino à Ásia.
Também pesa no preço do petróleo bruto a briga contínua entre a China e os EUA, com a última manifestação disso sendo o fim dos vôos entre os dois países, as duas maiores economias do mundo.
Além disso, dados da Administração de Informação de Energia na quarta-feira mostraram que a demanda por diesel caiu para uma mínima de 21 anos na semana passada e os estoques de gasolina aumentaram.
Os números sugerem que o consumo de combustível no maior consumidor de petróleo do mundo não está se recuperando tão rapidamente quanto se previa anteriormente.