Por Geoffrey Smith
Investing.com - Os preços do petróleo subiam terça-feira (7) em meio a preocupações com a economia dos EUA e sua capacidade de superar uma segunda onda de Covid-19 no sul e oeste do país.
No entanto, a pressão de venda não foi forte o suficiente para forçar o contrato futuro de referência dos EUA significativamente abaixo do nível de US$ 40/barril, que parece ter se tornado uma referência psicológica, se não um nível de suporte real deduzido da análise técnica.
Às 11h14 (horário de Brasília), os contratos futuros de petróleo caíam 0,3%, para US$ 40,77 por barril, enquanto o contrato de referência internacional Brent caía 0,5%, para US$ 43,30 por barril.
Os principais fatores de suporte para o mercado continuam sendo a queda da oferta, graças ao pacto da Opep+ sobre restrição de produção e a recuperação gradual da demanda global por bloqueios no segundo trimestre.
Uma pesquisa da S&P Global Platts publicada na terça-feira mostrou que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo está produzindo seu nível mais baixo em mais de 30 anos, com a Arábia Saudita bombeando apenas 7,58 milhões de barris por dia, e a Venezuela, definhando após anos de mau uso do presidente Nicolas Maduro e seu antecessor, Hugo Chávez, produzindo apenas 280.000 barris por dia. A mesma pesquisa mostrou a Rússia, o mais importante signatário não-Opep do atual acordo de produção, bombeando apenas 8,5 milhões de barris por dia.
O mercado também estava se confortando com os comentários do chefe da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, na segunda-feira, descartando temores de que a pandemia tenha acelerado o dia do "pico da demanda de petróleo".
"Se a demanda de petróleo voltar a 100 milhões de barris/dia, eu não ficaria surpreso. E, sob uma forte recuperação, não ficaria surpreso se fosse mais alto do que isso", disse Birol, segundo a Newswires.
Atualmente, a AIE espera que a demanda mundial de petróleo se recupere para níveis pré-pandêmicos antes de 2022.
O contrapeso a essas mensagens foi um aviso de prejuízos em grande escala por parte da gigante italiana Eni, que se juntou à Shell na revisão de suas previsões de longo prazo para margens de refino. A Eni agora vê margens de longo prazo no Mediterrâneo em torno de US$ 5 por barril, queda de mais da metade em relação a apenas cinco anos atrás.
Às 17h30, o American Petroleum Institute apresentará seus dados semanais sobre os estoques de petróleo dos EUA. O consenso de previsões para os números do governo, com vencimento na quarta-feira, refletem as expectativas de uma queda de 3,4 milhões de barris nos estoques de petróleo.