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Bovespa inicia mês no vermelho pressionada por Bradesco e Petrobras

Publicado 03.08.2015, 18:03
Atualizado 03.08.2015, 18:06
Bovespa inicia mês no vermelho pressionada por Bradesco e Petrobras
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou em baixa nesta segunda-feira, pressionada pelo recuo das ações do Bradesco (SA:BBDC4), após o banco brasileiro adquirir a operação do HSBC no Brasil, e queda dos papéis da Petrobras (SA:PETR4), acompanhando o declínio do petróleo.

O Ibovespa caiu 1,43 por cento, a 50.138 pontos. O giro financeiro totalizou 5,16 bilhões de reais.

As perdas nos pregões em Wall Street endossaram o viés negativo no primeiro pregão de agosto na bolsa paulista, com o índice S&P 500 cedendo 0,28 por cento, também afetado pela fraqueza do petróleo e preocupações com a China.

Os preços do petróleo caíram à mínima em seis meses, com o Brent indo abaixo de 50 dólares o barril, após dados fracos das economias norte-americana e chinesa, além de apostas de consumo fraco de gasolina nos Estados Unidos.

O quadro ainda desafiador para o mercado acionário brasileiro também corroborou ajuste negativo, após o Ibovespa acumular alta de pouco mais de 3 por cento na semana passada.

Estratégias de ações compiladas pela Reuters para o mês de agosto mostraram que a cautela persiste, diante da ausência de sinais de melhora nas perspectivas macroeconômicas locais e com a deterioração do ambiente político doméstico.

Do lado externo, a economia chinesa e a política monetária dos Estados Unidos despontam como principais riscos.

O Credit Suisse cortou projeção para o Ibovespa no fim de 2015 para 55 mil pontos, ante 58 mil pontos, dizendo que o índice está no mesmo nível do começo do ano, mas menos atrativo que no fim de 2014, devido à queda nas projeções de lucros e maior custo de capital.

Dados de negociação da bolsa corroboram a visão desfavorável, com o mês passado encerrando com o menor giro financeiro médio em quatro anos, enquanto o fluxo externo deve ter o primeiro resultado negativo mensal do ano.

Também nesta segunda-feira a BM&FBovespa (SA:BVMF3) divulgou a primeira prévia da carteira do Ibovespa que irá vigorar de 8 setembro a 30 dezembro de 2015, que mostra o portfólio encolhendo pela sexta vez seguida.

DESTAQUES

=BRADESCO fechou com queda de 3,12 por cento nas preferenciais, após acordo para comprar a unidade brasileira do HSBC (L:HSBA) pelo equivalente a 17,6 bilhões de reais, acima do especulado inicialmente pelo mercado. "Embora existam potenciais sinergias a serem efetuadas, nós achamos que há muita ênfase em tamanho, em vez de rentabilidade", disse o Bank of America Merrill Lynch, em nota a clientes, na qual considerou elevado o preço pago na operação.

=ITAÚ UNIBANCO encerrou o dia com declínio de 0,47 por cento e SANTANDER BRASIL subiu 1,81 por cento. Os dois bancos também participaram da disputa pela unidade do HSBC. No caso de Santander Brasil (SA:SANB11), as units figuram entre os papéis excluídos na prévia para o novo Ibovespa. BANCO DO BRASIL avançou 0,86 por cento.

=PETROBRAS terminou com as preferenciais em queda de 4,57 por cento e as ordinárias em baixa de 5,18 por cento, conforme os preços do petróleo bateram as mínimas em seis meses, com o Brent desabando mais de 5 por cento. A venda de ativos e o aguardado IPO da BR Distribuidora ainda são apontados por agentes financeiros como catalisadores para os papéis da estatal, mas sem novidades sobre o assunto, os mesmos dizem que o preço do petróleo tem dominando a direção e intensidade das oscilações das ações.

=BRASKEM desabou quase 8 por cento, após forte alta na última sexta-feira, conforme o papel segue volátil e sensível a desdobramentos da operação Lava Jato. A empresa e seu acionista controlador, a Odebrecht, foram envolvidos nas investigações sobre o esquema bilionário de corrupção na Petrobras. Nesta segunda-feira, a Polícia Federal prendeu o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu em nova fase das investigações.

=VALE terminou com as preferenciais em baixa de 1,84 por cento, mesmo após alta dos preços do minério de ferro à vista na China, com números sobre a indústria chinesa prevalecendo, uma vez que sinalizam que a desaceleração da segunda maior economia do mundo tende a persistir no terceiro trimestre. Ainda no radar esteve a notícia de que o Cade aprovou venda de todas as ações do BNDESPar na Vale Soluções em Energia (VSE) para a Vale.

=KROTON EDUCACIONAL e ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES voltaram a sofrer na Bovespa, encerrando em baixa de 4,38 e 6,83 por cento, respectivamente, com profissionais do mercado citando vendas por estrangeiros. De notícia, apenas que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) reabriu de 10 de agosto a 31 de outubro o período para renovação semestral dos contratos de financiamento concedidos pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do primeiro semestre.

=CIA HERING e LOJAS RENNER também foram destaque na ponta de baixa do Ibovespa, caindo 5,41 e 4,33 por cento, respectivamente, com o setor de consumo como um todo no vermelho, após a mais recente pesquisa Focus do Banco Central mostrar que economistas de instituições financeiras pioraram novamente suas projeções para a atividade econômica neste ano, prevendo retração de 1,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

=ELETROBRAS preferencial subiu 3,63 por cento. Na sexta-feira, a estatal informou que o plano de investimentos de 2015 a 2019 é estimado em 50,3 bilhões de reais, queda de 17,3 por cento frente ao período 2014-2018. O noticiário ligado à estatal também incluiu que a linha de transmissão que escoará a energia produzida pela hidrelétrica de Teles Pires, que teve concessão arrematada por consórcio do qual fazem parte subsidiárias da Eletrobras (SA:ELET3), deve estar pronta no final de setembro.

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