Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A exportações de milho do Brasil deverão cair em volumes em agosto mais acentuadamente do que as de soja, em meio a uma quebra na safra do cereal, enquanto o país já exportou a maior parte da oleaginosa, de acordo com informações da programação de navios para o mês e comparação com o "line-up" do mesmo período de 2020.
Conforme compilação de dados da agência marítima Cargonave, os embarques de soja do Brasil estão projetados em cerca de 4,9 milhões de toneladas em agosto, ante uma programação para 6,6 milhões de toneladas no início do mesmo mês em 2020.
Ao final, as exportações brasileiras fecharam em 5,57 milhões de toneladas em agosto do ano passado, conforme dados da Associação Brasileira dos Exportadores de Cereais (Anec), que deverá divulgar projeções nesta tarde.
As previsões de embargues baseadas no line-up vão se ajustando ao longo do mês, enquanto novas embarcações são agregadas ou eventualmente saem da fila.
As exportações de soja do Brasil vêm recuando nos últimos meses em relação ao mês anterior, após embarques recordes em abril e grandes volumes enviados ao exterior em maio.
No acumulado do ano, o maior produtor e exportador da commodity já embarcou cerca de 69 milhões de toneladas de soja, segundo a Anec, enquanto as previsões para 2021 completo da associação da indústria Abiove giram em torno de 86,7 milhões de toneladas, o que seria um recorde.
No milho, cujas lavouras foram afetadas por seca e geadas, a expectativa é de uma queda mais acentuada do que na soja em agosto, uma vez que a oleaginosa teve uma colheita recorde no país em 2021.
Conforme dados da Cargonave, a programação de navios indica embarques de cerca de 3 milhões de toneladas de milho, enquanto na mesma época do ano passado o line-up apontava mais que o dobro em exportações.
Ao final, as exportações brasileiras de milho em agosto do ano passado somaram 6,7 milhões de toneladas, segundo números da Anec.
(Por Roberto Samora)