Por Alessandro Albano, Investing.com Itália
Investing.com - Eni (BIT:ENI) estaria explorando a possibilidade de abrir uma conta corrente em rublos no Gazprombank para continuar recebendo fluxos de gás de Moscou, seguindo a decisão do Kremlin de continuar as exportações de energia via moeda apenas local.
Segundo a Bloomberg, a movimentação seria apenas "de precaução", com a empresa a procurar "mais indicações" do governo italiano e das autoridades europeias "sobre as possibilidades e condições de utilização" da conta para a compra de gás de Moscou.
Mas o grupo liderado por Ad Desclazi não está sozinho. Segundo a agência britânica, pelo menos 4 empresas europeias teriam pago as importações de gás em rublos enquanto outras 10 teriam aberto as contas no Gazprombank necessárias para atender aos novos pedidos de pagamento.
A decisão de cortar o fluxo de gás para países "hostis" que se recusam a pagar por bens energéticos em rublos, como Polônia e Bulgária, alarmou empresas e países que dependem fortemente de Moscou para sua subsistência.
O presidente da Comissão Europeia von del Leyen definiu a escolha de Putin como "uma chantagem inaceitável e injustificável", reiterando às empresas importadoras do bloco "não ceder aos pedidos de Moscou", pois poderiam "contornar as sanções" impostas.
Segundo a Bloomberg, a Eni ainda não utilizou o mecanismo posto em prática por Putin para apoiar o mercado interno, e de momento tem pago os fornecimentos em euros, aguardando o próximo prazo de pagamento em meados de maio.
A decisão do Kremlin de "punir" os países que se opõem ao pagamento de rublos pela importação de energia acelera o caminho para a sexta rodada de sanções europeias contra Moscou e, segundo Gianclaudio Torlizzi, fundador da T-Commodity, "visa romper a unidade europeia".
"O pedido da Rússia para ser pago em rublos se enquadra neste esquema", explica o especialista, lembrando o que foi afirmado pelo ministro da Energia da Bulgária, Alexander Nikolov, segundo o qual "é claro que, no momento, o gás natural é usado como ' arma econômica e política na guerra atual".