Fundições movidas a energia hidrelétrica cobram preços mais altos por alumínio "verde"

Publicado 02.08.2017, 16:32
Atualizado 02.08.2017, 16:50
© Reuters.  Fundições movidas a energia hidrelétrica cobram preços mais altos por alumínio "verde"
RIO
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LONDRES (Reuters) - Os produtores de alumínio "verde" - feito com energia renovável em vez de combustíveis fósseis - estão começando a cobrar preços com prêmio graças à crescente demanda de clientes industriais sob pressão para reduzir a pegada de carbono.

Operadores de fundições movidas a energia hidrelétrica em países como Noruega, Rússia e Canadá estão promovendo suas credenciais ambientais - e estão tendo vantagens em relação a outros que dependem de carvão ou gás, principalmente na China e no Golfo.

A vantagem competitiva não está no próprio metal, mas no fato de que sua produção exige muito menos emissões de gases de efeito estufa, incluindo o dióxido de carbono.

Embora não utilizem o termo alumínio "verde", vários produtores oferecem garantias de baixa pegada de carbono em seu metal, mas se recusam a dizer quanto a mais eles cobram por isso, além de dizerem que os prêmios são relativamente modestos.

Aqueles com a acesso a grande capacidade hidrelétrica, como a norueguesa Norsk Hydro, a Alcoa, sediada nos Estados Unidos, e a russa Rusal e a Rio Tinto (LON:RIO) acreditam que a maré está virando a seu favor.

A pressão para produzir o metal com baixa emissão de carbono está aumentando de todos os lados, disse a vice-presidente sênior da Norsk Hydro, Kathrine Fog. "Nós vemos isso vindo do mercado, dos nossos clientes, acionistas, mercados financeiros, ONGs, você nomeia", acrescentou. "Isso significa que, no final, isso afetará o lucro".

A obtenção de alumínio a partir de minério de bauxita requer grandes quantidades de eletricidade, o que torna a fonte de energia de uma usina na maior responsável pelo volume total de emissão de gases de efeito estufa, em vez do próprio processo de fundição.

Produzir uma tonelada de alumínio em usinas que usam energia gerada pela queima de carvão, principal fonte para a China e a Austrália, libera até 18 toneladas de CO2 equivalente.

Para as usinas a gás no Oriente Médio, a cifra é entre cinco e oito toneladas, mas para aqueles que operam em energia hidrelétrica, é ainda mais baixa, de apenas cerca de duas toneladas de CO2 equivalente.

A Rio Tinto já está vendendo alumínio RenewAl com garantia de quatro toneladas ou menos de CO2 equivalente. A Alcoa lançou uma linha de produtos chamada Sustana no ano passado, que inclui o alumínio Ecolum, oferecendo menos de 2,5 toneladas - muito abaixo da média da indústria, de cerca de 11 toneladas.

Ambas as empresas cobram dos clientes um prêmio pelo metal. "Estamos vendo que, sim, eles estão absolutamente dispostos a pagar por isso", disse o presidente-executivo da Rio Tinto Aluminium, Alf Barrios.

A Rio Tinto não divulgou números de vendas ou o tamanho do prêmio, mas disse que o RenewAl adicionou 6 milhões de dólares no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no ano de seu lançamento em 2015, e as vendas estão crescendo.

A Rusal, que produz alumínio aproveitando os sistemas fluviais da Sibéria, disse que não cobra prêmio, mas os clientes, no entanto, preferem o metal das fundições hidrelétricas. A empresa pretende usar exclusivamente energia de baixa emissão de carbono até 2020, acima de 95 por cento atualmente.

(Por Peter Hobson; reportagem adicional por Katya Golubkova)

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