Ganho de produtividade no milho de MT e GO pode compensar perdas na safrinha do Paraná

Publicado 12.06.2020, 17:28
Atualizado 12.06.2020, 18:00
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SÃO PAULO (Reuters) - O aumento na área plantada com a segunda safra de milho 2019/20 e a produtividade considerada ótima nos Estados de Goiás e Mato Grosso podem compensar as perdas causadas pela seca na safrinha do Paraná e Mato Grosso do Sul, disse nesta sexta-feira o analista da consultoria Safras & Mercado, Paulo Molinari.

"Na próxima semana teremos revisão da nossa perspectiva de produção que possivelmente vai surpreender (e) vir maior do que a estimada no mês passado", afirmou o especialista durante videoconferência.

Em maio, a consultoria reduziu sua estimativa de produção para a segunda safra de milho 2019/20 do Brasil para 69,56 milhões de toneladas, ante 73,8 milhões de toneladas estimados em abril, devido à falta de chuvas.

Em relação ao desempenho do ciclo de 2018/19, a última projeção para a safrinha de milho representa queda de 6,5%. Na ocasião, a consultoria disse que a produção do Paraná poderia cair mais de 27% no comparativo anual, enquanto a de Mato Grosso do Sul quase 28%.

"Não tivemos geadas, isso ajuda a termos uma melhor visão sobre as condições da safrinha no país", afirmou Molinari na live desta sexta-feira.

EXPORTAÇÃO

Ele alertou, no entanto, que o Brasil precisaria aumentar o ritmo de exportação em 4 milhões de toneladas por mês para chegar próximo ao volume das projeções oficiais.

Nos primeiros seis meses do ano, em meio a estoques mais apertados antes da entrada da segunda safra, as exportações do cereal brasileiro foram estimadas pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) em apenas 2,4 milhões de toneladas, queda de cerca de 70% ante o mesmo período do ano passado.

"O ideal (para o produtor) seria um volume perto do registrado no ano passado, quando a exportação superou 40 milhões de toneladas", disse.

Até o momento, a consultoria estima que o país exportará 30 milhões de toneladas de milho em 2020.

Segundo Molinari, grande parte dos agricultores que não travou vendas de milho até agora perdeu a melhor janela para comercialização.

"O produtor precisa ter em mente que a saca a 50 reais não vem mais. Daqui para frente, é muito provável que a exportação não ande na velocidade que se deve e sobre mais oferta no país", afirmou o analista.

Um aumento na exportação (do Brasil), na avaliação de Molinari, estaria muito ligado a eventuais problemas na safra americana, o que por enquanto ainda não aconteceu.

Além das lavouras norte-americanas de milho não terem apresentado grandes alterações, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevou na quinta-feira a projeção para os estoques do cereal no país, devido ao recuo na demanda por produtores de etanol em meio aos efeitos do coronavírus.

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"Os preços internacionais de milho vão cair com a entrada da colheita nos EUA, por isso me preocupam as exportações do Brasil. Por outro lado, o bom momento do setor de carne é o que pode sustentar o consumo interno do cereal."

(Por Nayara Figueiredo)

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