Importação de soja da China sobe 18% no ano até julho com a chegada de cargas brasileiras

Publicado 07.08.2020, 11:32
Atualizado 07.08.2020, 11:50
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Por Hallie Gu e Dominique Patton

PEQUIM (Reuters) - As importações de soja da China aumentaram 18% este ano até julho em relação ao mesmo período de 2019, com a chegada de grandes volumes do grão comprado a baixo custo do principal fornecedor, o Brasil, de acordo com dados da Administração Geral das Alfândegas.

A China, o maior comprador mundial de soja, adquiriu 10,09 milhões de toneladas da oleaginosa no mês passado, ante 8,63 milhões de toneladas em julho de 2019, mas abaixo do recorde de junho de 11,16 milhões de toneladas.

Com isso, as importações de soja aumentaram 17,7% nos primeiros sete meses do ano, em relação ao mesmo período de 2019, para 55,14 milhões de toneladas.

"O Brasil teve uma produção recorde de soja este ano, enquanto o real se desvalorizou. Os grãos brasileiros estão baratos e as margens de esmagamento são grandes, então os esmagadores fizeram compras muito ativamente", disse Xie Huilan, analista da consultoria agrícola Cofeed.

As exportações do Brasil aumentaram depois de março com a melhora do clima.

Os estoques de soja e farelo de soja na China aumentaram significativamente depois de atingirem baixas recordes no início deste ano, com as cargas brasileiras reabastecendo os suprimentos.

"Os estoques estão aumentando principalmente porque os produtores de ração compraram (farelo) para uso em agosto com antecedência, desacelerando as entregas no início do mês", disse um gerente de uma processadora no sul da China, sob condição de anonimato.

"Esperamos que os estoques comecem a cair na próxima semana, já que a demanda (do setor de proteína animal) está forte", acrescentou.

Os embarques de soja devem permanecer grandes nos próximos meses, com bons lucros e uma demanda saudável do setor pecuário, disseram traders e processadores.

A China tem trabalhado para aumentar a produção de suínos do país depois que os surtos de peste suína africana, descobertos pela primeira vez no país em agosto de 2018, dizimaram seu enorme rebanho.

A China importou 956 mil toneladas de óleos vegetais em julho, queda de 6,1% em relação ao mês anterior.

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