Por Melanie Burton
MELBOURNE (Reuters) - A Austrália, que abriga a segunda maior reserva de cobalto do mundo, está vendo um grande interesse repentino em projetos que ainda vão levar anos para produzir, enquanto fabricantes de baterias para veículos elétricos (EVs) buscam fontes do metal mais dispendiosas, mas menos arriscadas do que a encontrada no principal produtor, a República Democrática do Congo (RDC).
À medida que os fabricantes de automóveis procuram desenvolver carros menos poluentes, as ações da Clean TeQ (AX:CLQ) --proprietária de um dos maiores depósitos de cobalto na Austrália-- triplicaram neste ano. Minnows Cobalt Blue (AX:COB), Australian Mines (AX:AUZ), Artemis Resources (AX:ARV) e Aeon Metals A (AX:AML) também viram as ações subirem.
Na sexta-feira, a Aeon, que desenvolveu um projeto cobre-cobalto em Queensland, arrecadou 30 milhões de dólares australianos (23 milhões de dólares norte-americanos) de investidores institucionais.
O interesse dos investidores aumentou ainda mais, uma vez que a Anistia Internacional informou que um quinto do cobalto da RDC foi extraído de forma artesanal em condições perigosas, envolvendo mulheres e crianças. Gigantes como Toyota (T:7203) e Volkswagen (DE:VOWG_p) prometeram, no mês passado, manter padrões éticos na compra de cobalto e outros minerais necessários para as EVs.
"Temos 10 empresas (que fazem baterias) em negociações", disse o diretor-gerente das Minas Australianas, Benjamin Bell, citando conversas avançadas com empresas da Alemanha, Japão, China e Coreia do Sul, para garantir a retirada do projeto Queensland Sconi.
"A razão pela qual eles estão em contato conosco é que eles podem ver que o cobalto fora do RDC provavelmente não será aceitável para seus usuários ao longo do tempo", disse Bell à Reuters.
(Por Melanie Burton)