Por Amanda Cooper
LONDRES (Reuters) - A oferta e a demanda globais por petróleo deverão ficar em equilíbrio na maior parte do próximo ano, com uma alta no consumo que deve ajudar a acabar com três anos de excesso de oferta e quase que compensar totalmente uma forte alta na produção, disse a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) nesta quinta-feira.
Em um relatório mensal sobre o mercado de petróleo, a IEA, com sede em Paris, disse que continua a ver a demanda global crescer em 1,6 milhão de barris por dia (bpd) em 2017, com uma redução no ritmo para 1,4 milhão de bpd em 2018.
"Olhando para 2018, nós vemos que três trimestres, de quatro, deverão ser grosso modo de equilíbrio-- novamente, assumindo uma produção inalterada da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e com base em condições climáticas normais, disse a agência.
"Pegando 2018 como um todo, a demanda por petróleo e a produção dos países não membros da Opep vão crescer praticamente no mesmo volume, e é essa perspectiva que pode agir como um teto para as aspirações de maiores preços."
Os estoques comerciais de petróleo provavelmente caíram no terceiro trimestre deste ano, no que seria apenas a segunda queda desde a derrocada dos preços em 2014, graças a uma queda no volume de petróleo mantido em estações de armazenamento flutuantes ou em trânsito, disse a IEA.
Os estoques comerciais em países industrializados caíram em agosto em 14,2 milhões de barris, para 3,015 bilhões de barris, levando a um superávit de 170 milhões de barris em relação à média de cinco anos, segundo a IEA.
Mas a IEA disse que seus números incluem uma previsão de que até poderia haver uma alta nos estoques no primeiro trimestre do próximo ano, significando que a Opep e seus parceiros podem não conseguir evitar um menor nível de adesão a seu pacto que visa restringir a oferta.